Goleiro perna de pau não tem mais vez na Seleção
Já passou o tempo que 'fazer pontes' e sair bem nas fotos abriam caminho para que um goleiro fosse lembrado para a Seleção brasileira. Não havia necessidade de saber jogar com os pés. Defesas com elasticidade, arrojadas, e saltos na área para interceptar cruzamentos eram os principais requisitos para quem quisesse se projetar na posição.
As regras mudaram e com elas a dinâmica dos treinamentos dos goleiros. Se antes eles podiam pegar com as mãos as bolas recuadas, hoje essa jogada é punida com falta indireta. Por conta disso, as atividades sofreram alterações.
O preparador de goleiros da Seleção, o ex-campeão mundial Taffarel, sabe bem disso e se preocupa nos treinos da equipe em aperfeiçoar o trato desses atletas com a bola nos pés. Para ele, os três convocados para o Mundial, Alisson, Ederson e Cássio, já são muito bons nesse fundamento, notadamente o titular.
"O Alisson tem ótimo domínio de bola com os pés, sabe sair jogando depois de uma bola atrasada, é rapido na reposição, tanto em passes curtos, como nos longos. Hoje em dia, goleiro que não sabe jogar com os pés não vai a lugar nenhum."
Em entrevista, no início da tarde desta terça (22), na Granja Comary, em Teresópolis, cidade serrana do Rio, Taffarel contou que em jogo recente do Manchester City, o goleiro Ederson teve muito mais trabalho com os pés do que com as mãos:
"Tocou mais de 40 vezes com os pés e só usou as mãos quatro ou cinco vezes."