Dani Alves diz: Guardiola queria fazer Brasil hexa e vetaram
“Eu pago porque sou linguarudo, mas não conto mentira”. Foi desta forma que, em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, Daniel Alves fez uma revelação interessante na véspera do primeiro aniversário do 7 a 1 decretado pela Alemanha no Brasil. O lateral direito do Barcelona contou que simplesmente Pep Guardiola queria treinar a Seleção Brasileira antes da Copa do Mundo de 2014, mas não foi aceito.
A oportunidade surgiu no fim de 2012. O espanhol estava sem clube desde a saída do Barcelona, em maio, e o cargo de técnico da Seleção Brasileira ficou vago depois da demissão de Mano Menezes. Muitos cogitaram o nome de Pep Guardiola para assumir o time canarinho, mas a ideia foi logo rechaçada após o anúncio de Luiz Felipe Scolari. O ídolo catalão, então, fechou com o Bayern de Munique em janeiro de 2013.
Segundo Daniel Alves, contudo, a intenção de Guardiola era treinar a Seleção Brasileira na Copa. Amigo pessoal e comandado pelo técnico no Barcelona, o lateral direito revelou que o espanhol tinha até a estratégia para dar o hexacampeonato mundial ao Brasil. “Desde que estou na Seleção, ele tinha na cabeça o time da Brasil que queria para treinar. Mas não quiseram o Pep”, afirmou o jogador, referindo-se provavelmente aos dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol.
“O Pep é o melhor treinador do mundo, o cara mais gestor que vi na vida. Um cara que revolucionou o futebol, um time, e a gente tem a chance de ter o cara aqui, sem ter que gastar... porque a intenção dele era: ‘só recebo se tiver o resultado esperado pelo povo brasileiro...’ e você deixa passar uma oportunidade dessa? Você não pensa na Seleção Brasileira”, cutucou Daniel Alves.
“Eu pago porque sou linguarudo, mas não conto mentira. Antes da Copa, o Pep (Guardiola) queria treinar a Seleção Brasileira, e não quiseram. Ele disse que queria fazer a gente campeão do mundo, que tinha as estratégias para nos fazer campeão do mundo, mas não quiseram. Porque disseram que não sabiam se o Brasil ia aceitar. Se a gente não aceita o melhor do mundo, que pode nos fazer melhores, que vai nos fazer evoluir, você não pode estar pensando na Seleção Brasileira...”, acrescentou, atacando aqueles que defendiam a tese de que o Brasil não poderia ser comandado por um estrangeiro.
Como bem disse Daniel Alves, Pep Guardiola revolucionou o modo como se joga futebol na década passada. Treinando o Barcelona de 2008 a 2012, o técnico conquistou todos os títulos possíveis e montou um time que já entrou no rol dos maiores de todos os tempos. O Barça adotou o estilo tiki-taka, sustentado pela manutenção da posse de bola por meio de passes curtos, e dominou o esporte mais popular do planeta durante anos.
Depois de humilhar o Santos por 4 a 0 na final do Mundial de 2011, por exemplo, Guardiola surpreendeu ao revelar o segredo do seu Barcelona. “O que tentamos fazer é passar a bola o mais rápido possível. É o que o Brasil fez a sua vida inteira”, disse, durante apenas uma das ocasiões em que se revelou fã do futebol verde e amarelo. As Seleções de 1970 e 1982, por exemplo, são o espelho do treinador mais cobiçado do planeta.
E se ele estivesse à frente do banco de reservas canarinho durante a Copa? O que aconteceria? O Brasil seria hexacampeão? Perderia para a Alemanha por 7 a 1? Nunca saberemos. Mas que dá vontade de voltar no tempo, isso dá!