Seleção Brasileira: os desafios que o novo treinador terá de enfrentar
Com a saída de Tite, o próximo técnico do Brasil precisará lidar com uma série de fatores neste novo ciclo de Copa do Mundo
A CBF ainda não definiu quem será o próximo técnico da Seleção Brasileira, mas as especulações começaram antes mesmo do desfecho da Copa do Mundo do Qatar. Entre os nomes cogitados, estiveram Cuca, Dorival Jr., Mano Menezes e até Renato Gaúcho, mas a entidade não descartou estrangeiros como Abel Ferreira e Jorge Jesus. Até aqui, certo mesmo é que qualquer um desses que assumir o cargo terá uma série de desafios a enfrentar, e o LANCE! elencou alguns deles.
Depois de seis anos e meio à frente da Amarelinha, Tite deixa o posto como havia prometido há algum tempo. Com duas chances de disputar a Copa, o treinador falhou em ambas nas quartas de final e diante de seleções europeias. Mas esse não é o único fator que o novo comandante terá de lidar neste novo ciclo até o Mundial de 2026. Há outras questões que ficaram pendentes e precisam ser solucionadas para que os erros não sejam repetidos.
Continuidade de Neymar e seu papel na Seleção Brasileira
Talvez o primeiro desafio do novo técnico será conversar com Neymar, o maior craque desta geração. Em sua entrevista após a eliminação para a Croácia, o camisa 10 não garantiu que continuará servindo à Seleção Brasileira. Ao que parece, além de uma questão pessoal, trata-se de uma questão de projeto. Ficará a cargo do novo treinador convencer Ney a estar neste ciclo de 2026 com um novo papel, que não seja de tanta responsabilidade e dependência de uma única peça.
Embates contra europeus continuarão escassos
O que foi um problema para Tite nesses últimos anos será também para o novo treinador. A Uefa seguirá com seu calendário que privilegia os jogos entre suas seleções, seja com Nations League, Eliminatórias para a Eurocopa ou Eliminatórias para a Copa de 2026. Ou seja, os amistosos da Seleção Brasileira contra seleções europeias continuarão sendo raros. Eles podem acontecer? Até podem, mas serão uma eventualidade. Assim, o novo técnico da Amarelinha chegará na convocação do próximo Mundial respondendo perguntas sobre se isso fez falta ou não ao time.
Renovação nas laterais e na criação
Quando a Seleção foi convocada para a Copa do Qatar, a principal reclamação foi a presença de Daniel Alves. O argumento que defendia a convocação era de não temos laterais com nível para fazer parte do grupo. E talvez não tenhamos mesmo, as opções são escassas na direita e na esquerda, diferentemente do que tivemos no passado. A tarefa será árdua para o novo treinador, que precisar fazer testes, principalmente pelo lado direito, a fim de encontrar bons nomes.
O mesmo acontece com uma posição bastante escassa no Brasil nos últimos anos: a de meia de criação. Em diversos momentos dessa Copa fez falta um jogador com essas características. Sem Coutinho, que também não se encaixa totalmente na função, Neymar e Rodrygo se revezaram por ali, e Everton Ribeiro também não seria essa peça, assim como Lucas Paquetá. Será outro desafio importante do novo técnico para encontrar um atleta com essas qualidades tão em falta no país.
Transição de gerações na Seleção
O novo treinador chegará ao cargo em um momento em que jogadores estão encerrando suas passagens pela Seleção e outros que estão começando suas vidas com a Amarelinha. Nomes como Thiago Silva, Daniel Alves, entre outros, não farão parte do novo ciclo, enquanto Neymar, Casemiro e os demais que terão mais de 30 anos em 2026, ainda não têm suas presenças garantidas. Enquanto isso, jovens como Rodrygo, Martinelli e Vini Jr. são nomes que devem liderar essa nova fase.
Dessa forma, o novo comandante terá a missão de lidar com essa transição de modo a não perder todas as suas peças experientes, ao mesmo tempo em que recebe essa nova geração. Será essa mistura que representará o Brasil na próxima Copa do Mundo. E olha que haverá uma lista grande de nomes como Endrick, Vitor Roque, Ângelo e outros que vão pedir passagem nesse período.
Aliar mudanças, conceitos e transição com resultados
Seja quem for o novo técnico do Brasil, ele chegará com novas ideias. E novas ideias exigem tempo para serem absorvidas, principalmente no comando de um time que se reúne esporadicamente. Portanto, esse profissional terá de apresentar resultados e capitanear essa mudança de mentalidade, pois a paciência, como sempre, será curta. Não sabemos também como será a postura da CBF, se apostará em um conceito no longo prazo ou vai priorizar os resultados a qualquer custo. No meio disso tudo, ainda terá um período mais curto até a próxima Copa.
Quando será a definição?
A CBF ainda não confirmou a saída de Tite da Seleção, embora o treinador tenha tornado a decisão pública há mais de um ano. Segundo declarações dos dirigentes da entidade, a busca pelo novo comandante somente acontecerá depois de oficializar o término da passagem de quem está no cargo. A ideia é ter um nome antes da próxima Data Fifa, que está marcada para março de 2023.