Tite admite mudança de estratégia da Seleção Brasileira contra o Chile e 'isenta' Neymar
Treinador fala em 'desafio de coordenar movimentos' dos atletas e ameniza forma do camisa 10: 'Todos os atletas ficam prejudicados em sua condição técnica neste reinício'
O técnico Tite mostrou otimismo com a vitória da Seleção Brasileira sobre o Chile, por 1 a 0, em jogo realizado na última quinta-feira (2). Porém, mesmo com a equipe chegando ao recorde de sete vitórias consecutivas na competição, o comandante descartou que a equipe esteja em seu ponto ideal.
A entrevista aconteceu no hotel onde a Seleção estava concentrada e foi divulgada na manhã desta sexta-feira (3). De acordo com o UOL, a coletiva no estádio Monumental de Santiago foi cancelada porque o estafe da Seleção não pôde colocar o "backdrop" (o banner com os patrocinadores) para que o treinador pudesse falar na sala de imprensa do local.
- Ponto ideal não. Está na fase de construção da equipe, espero que esteja na plenitude de criação e de construção. Têm muitas pessoas que se enxergam em mim com minha busca de aperfeiçoamento, do meu lado ético e se identificam comigo. A elas, meu carinho, minha consideração, minha alegria, meus nomes impressionam. Aos outros, que não represento, que não veem o futebol que eu vejo, eu compreendo. Tenho de compreender essas situações todas - afirmou.
O treinador isentou Neymar em relação à sua forma física e técnica na partida.
- Todos os atletas ficam prejudicados em sua condição técnica neste reinício de temporada, isso não é um privilégio dele (Neymar). Todos que ficaram parados sentem, está aí o Matheus Cunha que estava com problema de lesão e quase não veio, entrou em uma parte só do jogo, então todos os jogadores têm, uns mais, outros menos... - disse.
Ao fazer um balanço do jogo, Tite destacou que a equipe canarinha soube se adaptar à maneira como "La Roja" se lançaria à frente.
- No primeiro tempo, a gente sabia que o Chile faria acelerado, buscando o placar pois a necessidade era de fazer o resultado devido à situação na tabela. Propusemos marcação no tiro de meta para retirar a saída de bola da equipe chilena e ter essa compactação. Em contrapartida, não fazíamos uma pressão média. Em algumas, dava o espaço para que a equipe fique na zona morta para seis atores puxarem contra-ataque - e destacou:
- Oportunidade tivemos, faltou coordenação, entrosamento nunca equipe que mal se ajustou. Essa proposta sofreu com a posse de bola em demasia. Tentamos mexer na estrutura, o Chile estabeleceu um volume forte, mas as finalizações deles foram de média distância, além do gol deles anulado - completou.
O auxiliar Cléber Xavier detalhou como foi a mudança de panorama com as entradas de Everton Ribeiro e Gerson.
- A gente colocou uma meia por dentro, o Everton (Ribeiro) na função que o Paquetá estava fazendo. Gerson entrou no lugar do Bruno (Guimarães), que tinha com um jogo dividido tem sustentação, segura bem a bola. Entraram bem dois jogadores de dentro e a gente equilibrou o jogo. Mudamos para o 4-4-2, mantendo o Paquetá na segunda linha pela esquerda e a entrada do Matheus (Cunha) mais por fim - disse.
Tite ainda ratificou o quanto foi relevante a presença de Everton Ribeiro, autor do gol, em campo.
- É claro que o primeiro tempo ia ser mais acelerado. Mas ter a ótima, o discernimento da entrada de mais um jogador de articulação que trouxesse um equilíbrio. Tu tem as fases do jogo. A fase criativa, de construção, agressiva...
O auxiliar Cleber Xavier complementou sobre o meia.
- O Everton entrou jogando por dentro, como articulador, e terminou atuando como externo, como ele faz no Flamengo. Foi decisivo pelo gol - disse.
O treinador da Seleção Brasileira foi categórico.
- O que há é um desafio de coordenação de movimentos de 11 atletas que nunca jogaram juntos e ajustar. Às vezes precisamos fazer durante o jogo. Foi um primeiro tempo com solidez defensiva, segundo tempo mais equilibrado e tentando fazer a construção - declarou.
O Brasil volta a campo neste domingo (9), para enfrentar a Argentina, na Neo Química Arena.