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Tite enfrenta críticas por escolhas, falta de gols e futebol burocrático da seleção na Copa

Brasil chega às oitavas de final na condição de favorito diante da Coreia do Sul, mas lida com pressão

5 dez 2022 - 05h11
(atualizado às 07h41)
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Tite, técnico da Seleção Brasileira, em entrevista coletiva na Copa do Mundo do Catar
Tite, técnico da Seleção Brasileira, em entrevista coletiva na Copa do Mundo do Catar
Foto: Reuters/Pedro Nunes

ENVIADO ESPECIAL A DOHA - O sentimento de euforia e otimismo como consequência das duas primeiras vitórias na Copa do Mundo deu lugar a questionamentos e preocupação na Seleção Brasileira depois da derrota para Camarões no encerramento da fase de grupos. Tite passou a enfrentar suas primeiras críticas mais intensas antes de o Brasil enfrentar a Coreia do Sul nas oitavas de final.

A escolha por preservar titulares diante dos camarões, o futebol pobre tecnicamente apresentado pelos reservas, a baixa eficiência no ataque dos suplentes e a aposta em nomes questionados, como o veterano Daniel Alves e o atacante Gabriel Jesus, fizeram Tite ouvir seus primeiros questionamentos mais contundentes no Catar.

O Brasil de Tite se despediu da fase de grupos com apenas três gols marcados, o pior ataque desde a Copa de 1978, ano em que foi às redes duas vezes nas três primeiras partidas. Entre todas as 16 que avançaram às oitavas, é a que teve a menor eficiência nas conclusões. O time fechou a primeira fase como o segundo que mais finalizou. Foram 51 chutes, mas apenas três gols marcados. "Não transformamos as oportunidades em gol", admitiu o auxiliar César Sampaio.

Os problemas táticas, técnicos não tiram Tite do sério. Ele disse, na véspera de enfrenta a Coreia do Sul, que está "em paz", repetindo o que falara em sua primeira coletiva de imprensa no Catar. "Estou em paz em função de saber que estamos preparados para a sequência".

"Quem ficou fora está mais descansado para o jogo. Quem jogou e jogou bem está mais confiante. Quem jogou e não jogou bem, vai ter a oportunidade melhorar e preparar. Nós, da comissão, temos mais um recorte em cima de cada atleta, mesmo em cima de uma difícil derrota", explicou ele.

O que lhe preocupa são as lesões. Foram cinco lesionados em três jogos. Alex Sandro continua em recuperação de um problema muscular no quadril, e Alex Telles e Gabriel Jesus foram cortados por lesão de joelho. O caso do lateral é mais grave, visto que se trata de uma ruptura parcial do ligamento.

A boa notícia é que Danilo e Neymar estão recuperados e reforçam a equipe que enfrenta os sul-coreanos. O treinador confia em seu craque para colocar o time nas quartas com uma atual convincente e afastar as críticas.

"Temos que tirar lições para se reerguer e continuar. Dificilmente temos outras oportunidades, então lutaremos de todas as maneiras para evitar um insucesso", afirmou o zagueiro Thiago Silva. "Na Copa de 2018, perdi um jogo e fui para casa. Em 2022, perdi um jogo e estou aqui nas oitavas de final".

O defensor vai se igualar a Cafu e Dunga como o jogador que mais vezes usou a braçadeira de capitão do Brasil em Copas. Será a 11ª vez que ele usará a faixa em partidas de Mundiais.

Tite, até agora, tem demonstrado estar tranquilo apesar das intercorrências. Só ergueu o tom para desmentir que tenha convocado Gabriel Jesus machucado. "Não pode ecoar ali fora coisas que são mentiras, de quem quer fazer o ruim para os outros. Em nenhum momento aqui na seleção pagamos o preço de vitória por saúde do atleta", rebateu o técnico, furioso com os "haters", para os quais não deu nome e que ficam "plantando mentira".

"O Arsenal tem um departamento médico, nós temos um departamento médico, ética profissional, e nunca ia acontecer desta forma".

Estadão
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