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Vizinhos do hotel da Seleção em SP reclamam de bloqueios

11 jun 2014 - 16h33
(atualizado às 16h39)
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Comerciantes reclamaram da queda em até 100% do movimento
Comerciantes reclamaram da queda em até 100% do movimento
Foto: Janaina Garcia / Terra

Festa para alguns, transtorno e dor de cabeça para outros. A Copa do Mundo transformou, ainda que por alguns dias, a rotina de moradores e comerciantes que vivem no entorno do hotel onde está hospedada, desde a noite passada, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo), a Seleção Brasileira.

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O Terra conversou com alguns desses vizinhos que acabaram tendo a circulação restrita em função da presença da equipe no bairro. As barreiras feitas pela Polícia Militar e pelo Exército fecharam o quarteirão do hotel, colocaram barras de ferro isolando casas e estabelecimentos comerciais e mudaram o tráfego na região.

Entre os que pouco gostaram das mudanças no bairro estão os comerciantes Reginaldo Uekita, 41 anos, e Márcia Shiraishi, 42 anos, donos de um restaurante japonês ao lado do hotel. A reportagem só conseguiu acesso a eles depois da saída da Seleção para o treino, na Arena Corinthians, já que, antes do time deixar o hotel, o pouco espaço liberado para o público em frente ao estabelecimento estava dominado por fãs.

“Não vejo a hora disso tudo acabar. E não é nada contra a Seleção, não, mas contra a falta de respeito e de organização que esse esquema acabou impondo a nós. Reclamei com um oficial do Exército e ele me disse: ‘isso é uma democracia’. Que democracia, já que meus fornecedores não puderam entrar, nem meus clientes, ontem à noite?”, indagou Uekita, segundo o qual a queda no movimento do restaurante “foi de 100% ontem à noite (com a chegada da Seleção) e de pelo menos metade, hoje no almoço”.

Moradora da região se sentiu mais segura com mudanças
Moradora da região se sentiu mais segura com mudanças
Foto: Janaina Garcia / Terra

“Isolaram toda a área aqui e fomos prejudicados. Queremos ver agora quem vai arcar com isso”, completou Márcia, mostrando o “rastro de destruição” nas plantas e nos vidros (que ficaram sujos, na verdade) deixado pelos fãs. “Pagamos impostos aqui para ouvir torcedor dizendo que ‘tem o direito de entrar’? Não, né?”, definiu.

Moradora de uma das casas em frente ao hotel, a artista plástica Maria Regina Ribeiro da Silva, 75 anos, contou que “há pelo menos 20 dias” o forte esquema de policiamento na rua mudou a rotina nas imediações.

“Pediram meu nome, dos meus filhos, bem como as placas dos nossos carros. Hoje, por exemplo, não podíamos circular aqui entre as 14h e as 17h. Mas ficou tudo tão seguro que eu não me importo – vejo PMs de dois em dois andando aqui há dias e ainda prefiro: tem tido muita baderna e muita destruição na cidade, ultimamente, e quanto mais segurança, melhor”, atestou.

Fonte: Terra
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