Carrasco marroquino de Portugal em 1986 prevê nova 'surpresa' nas quartas de finais da Copa do Mundo
Abderrazak Khairi marcou dois gols no triunfo sobre os lusitanos por 3 a 1 no Mundial de 1986. Na ocasião, a seleção africana foi eliminada pela Alemanha Ocidental nas oitavas
Surpresa da Copa do Mundo, o Marrocos avançou em primeiro lugar em um grupo formado por Croácia, Bélgica e Canadá e despacharam a Espanha, nos pênaltis. No sábado, a equipe africana terá pela frente um velho conhecido: Portugal. Em 1986, Abderrazak Khairi marcou dois gols no triunfo sobre os lusitanos por 3 a 1 e disse acreditar em nova surpresa no sábado, às 12h (horário de Brasília).
- Diante de Portugal, Marrocos é capaz de surpreender. A missão não será fácil, mas acredito nela disse Khairi, em entrevista por telefone à AFP em Rabat, do Qatar, onde trabalha como consultor de um canal árabe.
Esta é a sexta participação de Marrocos na Copa do Mundo: 1970, 1986, 1994, 1998, 2018 e 2022. Até então, a melhor campanha marroquina havia sido em 1986, no México, quando o país chegou às oitavas de final do torneio. Nas outras edições, não passou da primeira fase.
No Mundial do México, o Marrocos formou o Grupo F com Inglaterra, Polônia e Portugal. Depois de dois empates por 0 a 0, o triunfo sobre os portugueses fez os africanos terminarem em primeiro lugar na chave.
Contudo, nas oitavas de finais, mediu forças com a Alemanha Ocidental e conseguiu segurar o empate por 0 a 0 até os 42 do segundo tempo. No fim, Matthaus deu ponto final ao sonho de classificação marroquina e levou os alemães ao vice-campeonato, com uma derrota para a Argentina, de Diego Armando Maradona.
Caso os comandados de Walid Regragui avancem no sábado, os Leões do Atlas se tornarão a primeira seleção africana a chegar às semifinais de uma Copa do Mundo. Camarões, Senegal e Gana também já sentiram o gosto de jogar umas quartas de finais de uma Copa do Mundo, porém foram eliminados por Inglaterra, Turquia e Uruguai.
- Depois dos dois empates com Polônia e Inglaterra, a pressão estava no auge. Portugal era formidável, mas carregávamos as esperanças de um povo, de um continente e de todo o mundo árabe. Mentalmente não foi fácil, mas queríamos dar tudo - afirmou.
- Quando marquei os dois gols, minha alegria foi indescritível. Esses mesmos jogadores que víamos na TV, conseguimos vencê-los. Quando falo sobre isso, sou instintivamente dominado por uma tremenda torrente de emoções. As lembranças estão intactas, é como se fosse ontem - lembrou o ex-ícone do FAR de Rabat.
- Certamente, esta equipa marroquina é diferente (da nossa) porque o futebol evoluiu muito em 36 anos, mas a sua constante é a determinação e a vontade de representar o seu país o melhor possível, e os jogadores fazem-no maravilhosamente - finalizou.