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Casal encontrou bebê no lixo, o adotou e agora usa ciclismo para mudar a vida de jovens

Ricardo e Selma criaram o Lar Cocuzzi e, pelo esporte, deram oportunidade para mais de 300 crianças em 30 anos do projeto

28 fev 2023 - 05h11
(atualizado às 08h01)
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Casal encontrou bebê no lixo, o adotou e agora usa o ciclismo para mudar a vida de jovens
Casal encontrou bebê no lixo, o adotou e agora usa o ciclismo para mudar a vida de jovens
Foto: Reprodução/Instagram/@larcocuzziteam

Uma noite que parecia normal mudou a vida de Ricardo e Selma Cocuzzi. Há pouco mais de 30 anos, o casal encontrou um bebê próximo a uma lata de lixo e decidiu que ele seria adotado. Alguns meses mais tarde nasceu o Lar Cocuzzi, espaço onde os dois passaram a dar uma oportunidade de vida melhor para mais de 300 crianças usando o ciclismo.

"A gente não planejou muito as coisas. Só fomos fazendo e tudo foi acontecendo até hoje. Não posso falar que pensamos muito, que fizemos imaginando que poderia se tornar o Lar, que poderia ser assim. Entendemos que a gente precisava fazer algo desde a primeira criança até hoje. Perdemos a conta de quantas crianças passaram no Lar, mas nos vemos como uma grande família e assim que vivemos", afirmou Selma ao explicar a origem de tudo.

Usar o ciclismo também aconteceu de forma natural. Ricardo e Selma já praticavam o esporte e viram nele uma forma de mostrar uma nova opção para que os "novos filhos" pudessem se desenvolver, crescer e evoluir. "O ciclismo foi um dos caminhos, mas não o único. Acho que pela relação que eu e o Ricardo já tínhamos com o esporte ficou mais fácil. Passamos a ensinar o que sabíamos no começo e foi crescendo. Fomos fornecendo o que era possível e as crianças foram aprendendo e evoluindo a cada dia. A rotina de treinos foi ficando mais frequente, as competições foram aparecendo e tudo mais", disse Selma.

O LAR CHEGA NO PÓDIO

Um pouco depois de adotar a primeira criança, Selma engravidou pela primeira vez. Como aconteceu com todos os filhos adotados pelo casal, Luiz Henrique Cocuzzi passou a conviver com as demais crianças e jovens e o ciclismo fez parte do seu dia a dia.

Anos mais tarde, Luiz Henrique optou pelo ciclismo mountain bike e cresceu no esporte. Atualmente, o filho de Ricardo e Selma conquistou o brasileiro da modalidade sete vezes, foi campeão pan-americano e esteve nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Nas palavras de Henrique, tudo que conquistou se deve a uma coisa.

"Tudo que eu sou é por causa do Lar. Por causa dos meus irmãos. Eu sou o que sou no esporte e fora dele pelo que consegui lá atrás com o Lar Cocuzzi. Eu nasci nele, fui criado nele e ainda me sinto parte dele, independente de onde esteja", afirmou Luiz Henrique Cocuzzi.

Nos últimos anos o Lar Cocuzzi deu um passo a mais no ciclismo. Os filhos de Ricardo e Selma passaram não só a treinar ciclismo Mountain bike como também a competir pela equipe Lar Cocuzzi Team. Mesmo não sendo atleta da equipe da família, Luiz Henrique sabe que participou da semente da equipe lá atrás.

"Quando a gente começou a competir, meu sem jeito ainda, sem o melhor equipamento e estrutura lá atrás, acabamos pegando gosto e isso foi passando de um para outro Lar. Uma competição puxou a outra, sempre dando um jeito para conseguir ir, pagar inscrição, arrumar a bicicleta, mas acabava dando certo com a ajuda de muita gente. Hoje é muito legal saber que tem a equipe e que os meus irmãos conseguem seguir", disse o atleta.

COMO É QUE PAGA A CONTA?

Com o passar dos anos e a presença nas competições, o Lar Cocuzzi passou a ganhar notoriedade. No meio do ciclismo, a história de Selma e Ricardo com as crianças é vista com respeito, carinho e admiração por todos, mas não evita que todos no Lar tenham dificuldades.

"A situação mudou com a pandemia. Antes era relativamente tranquilo, a gente conseguia tudo que queria e precisava para todos. Agora não é assim. Sei que dificultou para todos, mas hoje não temos nenhuma empresa nos ajudando. Tenho um grupo de amigos que me ajudam com o que podem e quando podem, como pessoas físicas mesmo. Às vezes o Henrique faz um "filhocínio" com algumas coisas. Mas está cada vez mais complicado lidar com tudo", afirmou Selma.

Estadão
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