CBF não oferece suporte psicológico à Seleção Olímpica
Mesmo depois do desastre da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, com a goleada de 7 a 1 para a Alemanha, a despedida com outra derrota vexatória - 3 a 0 para a Holanda -, e a reação de descontrole de alguns atletas quando da cobranças de pênaltis, nas quartas de final, contra o Chile, a CBF não deu atenção à preparação psicológica de suas equipes. A seleção olímpica é o maior exemplo disso. Em busca de uma medalha inédita nos Jogos, em agosto, não houve nenhum trabalho direcionado ao equilíbrio emocional do grupo, composto em sua maioria por jovens jogadores.
Isso ficou claro na entrevista do técnico Rogério Micale, na tarde desta terça na concentração da CBF, em Teresópolis, região serrana do Rio. Indagado sobre o que foi feito nos últimos dois anos sobre o tema, Micale 'escorregou' na resposta. Admitiu que a pressão pelo ouro vai ser grande pelo fato de o Brasil disputar a competição em casa e afirmou que sua equipe não pode carregar a responsabilidade "pelo que passou".
Ele não falou, porém, sobre o que teria sido feito. Na verdade, a seleção olímpica não dispõe nem mesmo de um psicólogo. Vai ter de se virar na base do bate-papo.
"Temos conversado com os jogadores. Eles sabem que o que ocorreu no Mundial ficou marcado, mas estão cientes de aquilo tudo é coisa do passado. Importante é crescer com o que aconteceu, manter a tranquilidade e fazer o melhor dentro de campo."
A seleção olímpica realiza na tarde desta terça o primeiro treino com bola em Teresópolis, onde permanecerá até o dia 27. A estreia na olimpíada será em 4 de agosto, contra a África do Sul, em Brasília.