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CBV divulga política de elegibilidade para atletas transgêneros em competições nacionais

Novas diretrizes, elaboradas pelo Conselho de Saúde da CBV, passam a valer em 12 meses para que atletas tenham período de adaptação

28 out 2022 - 18h43
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Com a inclusão como um dos pilares de seu trabalho, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) publica nesta sexta-feira sua política para que atletas transgêneros disputem competições nacionais de voleibol. A CBV seguia as normas adotadas pelo Comitê Olímpico Internacional, porém no fim de 2021, a entidade máxima do esporte olímpico determinou que as decisões de elegibilidade ficariam a cargo das Federações Internacionais, considerando que cada esporte tem suas características específicas.

Tifanny é uma atleta transgênero que ficou bastante conhecida no cenário do voleibol brasileiro (Foto: Divulgação)
Tifanny é uma atleta transgênero que ficou bastante conhecida no cenário do voleibol brasileiro (Foto: Divulgação)
Foto: Lance!

Com a decisão da Federação Internacional de Voleibol de que as entidades nacionais definiriam suas políticas próprias, a CBV elaborou as novas diretrizes por meio de seu Conselho de Saúde.

- A CBV se tornou este ano a primeira Confederação esportiva do Brasil a adotar uma política interna de promoção da equidade de gênero e valorização da diversidade. Queremos reforçar a inclusão, a equidade, o diálogo e o conhecimento em prol de um ambiente saudável para o desenvolvimento do voleibol. A criação desta política pelo Conselho de Saúde do Voleibol segue esse caminho. Garantimos a inclusão de atletas transgêneros com a segurança de indicadores claros e transparentes - explica Adriana Behar, CEO da Confederação Brasileira de Voleibol.

A política da CBV tem com base recomendações da Federação Internacional de Medicina do Esporte (FIMS), entidade máxima da medicina esportiva.

- A política da CBV segue os estudos mais recentes e as indicações da FIMS, principal referência no assunto. As atletas que se redesignam para o gênero feminino precisam declarar sua identidade de gênero como feminina, sem ter alterado essa declaração por um período mínimo de quatro anos. Além disso, é necessário demonstrar que seu nível total de testosterona no soro foi inferior a 5 nmol/L durante 12 meses consecutivos, permanecendo dessa forma ao longo do período de elegibilidade - explica o médico João Olyntho, presidente do Conselho de Saúde do Voleibol.

Os atletas que se redesignam do gênero feminino para o masculino são elegíveis para competir na categoria masculina. Em ambos os casos, a responsabilidade de controlar e comunicar às entidades de controle antidoping sobre a utilização hormonal é dos atletas.

Para que todos os atletas possam se adaptar, a política da CBV para atletas transgêneros em competições nacionais passará a valer 12 meses após sua publicação, incluindo as competições já em curso na data de início da vigência.

Lance!
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