Cobertura, zona, primeiro pau: confira o glossário da Copa
O Terra preparou uma lista para facilitar a vida de quem só acompanha futebol em época de Mundial
Muita gente tem em casa uma tia daquelas que não entendem bulhufas de futebol e que agora vive grudada na TV para acompanhar os jogos disputados na Rússia. Não é difícil imaginar como deve ser estranho para quem só se interessa por Copa do Mundo ter de lidar com alguns termos e expressões triviais dos locutores, comentaristas e repórteres.
O Terra listou algumas dessas frases e máximas que têm sido repetidas a cada transmissão pela TV. Que ninguém, dos que não se ligam muito em futebol, salte da poltrona quando Júnior, da TV Globo, disser que um jogador “fez o facão” para tentar o gol. Ou que critique uma das seleções por não ter ninguém para “pegar a segunda bola”.
Quando Roger, outro comentarista da emissora, ressaltar que a Croácia “não entrou no jogo” isso não significa necessariamente que a partida é entre duas seleções de outros países. Se o seu colega Casagrande insistir e disser que o jogador ‘X’ não entrou em campo e você, de casa, estiver vendo o tal ‘X’ atuando, não chame o comentarista de lunático. A explicação vem abaixo.
Não se assuste também se ouvir do narrador Luiz Roberto que o time da Bélgica tenta, às vezes, fazer uma “ligação direta”. E isso com a bola rolando! E quando ele estufar o peito para relatar que “o departamento médico está em campo”, basta retirar o ‘departamento’ da frase que tudo fica encaixado. Afinal, o jogador vai ser atendido pelo médico.
Polêmicas à parte, outro global, o repórter Tino Marcos, não quis de modo nenhum, durante a transmissão de Brasil x México, dizer que o lateral Edson Álvarez corria algum risco de se machucar, ou coisa pior, quando informou que o atleta estava “pendurado”. Ufa!
Para ilustrar um pouco mais essas ‘pegadinhas’ do futebol, Galvão Bueno não está sendo contraditório quando diz que não havia “ninguém na cobertura”, e, na jogada seguinte, conta que Thiago Silva “subiu no 2º andar” para cabecear a bola. Nesse idioma futebolês, nunca se sabe se o segundo andar é próximo ou não da cobertura.
Melhor mesmo é recorrer de novo a Roger e deixar tudo como está. Ainda mais quando ele, com seu entusiasmo juvenil, declarar que o zagueiro quis “flutuar atrás do atacante”.
Algumas expressões na Copa do Mundo:
Ninguém na cobertura – ninguém na defesa do time atacado em condições de ajudar seus colegas de time;
Fazer ligação direta – quando um jogador da defesa tentar um lançamento direto para o ataque sem que a bola passe por alguém no meio-campo
A Croácia não entrou no jogo – se não for jogo da Croácia, a frase está correta. Caso contrário, isso significa que o time croata não está jogando nada;
O jogador não entrou em campo – em geral, é quando o cara não está jogando nada, caso similar ao de cima;
O zagueiro subiu no segundo andar – o zagueiro deu um salto com muita impulsão;
O jogador está pendurado – o jogador já recebeu um cartão amarelo e, se for punido com outro, ficará fora da partida seguinte
Pegar a segunda bola – algo como a luta pela posse da bola depois de um cruzamento na área;
Flutuar atrás do atacante – melhor perguntar para o Roger ou para os astronautas da Nasa;
Fazer o facão – sair em diagonal por meio da zaga adversária para ajudar na criação de uma jogada;
Tirar a bola do primeiro pau – substitua pau por baliza;
Tem uma avenida por ali – nada disso minha querida tia, a avenida fica fora do estádio; ali, no caso, a expressão é usada para dizer que há um espaço grande deixado pela defesa adversária;
Bater de três dedos – chute em que a força ou o jeito está mais centrado em três dos cinco dedos do pé;
O time faz marcação por zona – o time não marca individualmente os adversários, e sim ocupa espaços estratégicos no campo a fim de atrapalhar a saída (ou o toque) de bola do outro time.