Só
mesmo uma entidade como a dona Fifa poderia ter uma idéia dessas.
Parece que deu um vento forte na Argentina e o tal pó preferido
por Dieguito foi parar justamente no cérebro dos homens que comandam
o futebol mundial. E o pior: parece que o tal pó também enlouqueceu
toda a Argentina que, num inconsciente coletivo, passou de repente
a acreditar que Diego Maradona pudesse ser realmente melhor que
Pelé.
A pretensão
de Maradona em ser melhor que o rei Pelé, é a mesma pretensão que
tenho em ser mais bonito que Leonardo Di Caprio. A Fifa permitiu
e a família de Maradona, ou seja, toda a Argentina, votou nele contra
o "rei" e ele ganhou. Talvez se Hollywood permitir que minha família
escolha entre Di Cáprio e eu, aí tudo bem, vou concorrer e vou ganhar.
Diego
Armando Maradona, embora tenha jogado muita bola (de futebol), não
chegou nem perto de Pelé. E nem de outros jogadores brasileiros
e do mundo afora. Dizem até as boas línguas que realmente entendem
do traçado que ele nem sequer foi o melhor jogador argentino.
Mas
tudo bem! Que se matem os argentinos para saber quem foi o melhor
jogador de seu país. De uma coisa nós brasileiros sabemos e o resto
do mundo também: ele, Maradona, não foi, nem de longe, o melhor
jogador do mundo.
Se
a dona Fifa tivesse feito essa eleição escolhendo os melhores jogadores
por décadas e não por um século inteiro, talvez aí sim o jogador
argentino poderia ser escolhido como o melhor da década de 80. Mesmo
assim teria que disputar com nomes de peso tipo Zico, Platini, Falcão
e outros.
Pessoalmente
acho que Reinaldo, centro-avante do Atlético Mineiro, jogou bem
mais que Maradona. Para não falar de Zico. Mas isso é outra história.
Vamos
deixar os argentinos sonharem. Sonhar não custa nada. Ou quase nada.
Às vezes pode custar uma decepção. Faz parte da vida.
Por
aqui também vamos sonhando. Sonhando com uma nova Fifa que não permita
que gênios da bola como Pelé e tantos outros sejam submetidos ao
ridículo de ter que provar a todo momento que jogaram o que realmente
jogaram. Cada gênio em seu tempo e cada tempo em seu lugar. Que
aprenda isso a Maldita Fifa.
Ilauro de Oliveira e Silva, 27 anos,
é estudante de História, Cachoeiro de Itapemirim (ES)