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Coluna do Internauta
Segunda-feira, 03 Setembro de 2001, 17h39
terraesportes@terra.com.br

O 'mico' da Fifa
Por Ilauro de Oliveira e Silva


A mesma frase usada pelos argentinos ("maldita Fifa") para protestar contra a decisão da dona Fifa, quando esta resolveu dividir o prêmio de melhor jogador do mundo entre Maradona e Pelé, corrigindo, assim, o que seria o maior "mico" do futebol mundial em todos os tempos, poderia também ser usada pelos brasileiros para protestar contra essa absurda forma de escolher o melhor jogador do mundo pela Internet.

Só mesmo uma entidade como a dona Fifa poderia ter uma idéia dessas. Parece que deu um vento forte na Argentina e o tal pó preferido por Dieguito foi parar justamente no cérebro dos homens que comandam o futebol mundial. E o pior: parece que o tal pó também enlouqueceu toda a Argentina que, num inconsciente coletivo, passou de repente a acreditar que Diego Maradona pudesse ser realmente melhor que Pelé.

A pretensão de Maradona em ser melhor que o rei Pelé, é a mesma pretensão que tenho em ser mais bonito que Leonardo Di Caprio. A Fifa permitiu e a família de Maradona, ou seja, toda a Argentina, votou nele contra o "rei" e ele ganhou. Talvez se Hollywood permitir que minha família escolha entre Di Cáprio e eu, aí tudo bem, vou concorrer e vou ganhar.

Diego Armando Maradona, embora tenha jogado muita bola (de futebol), não chegou nem perto de Pelé. E nem de outros jogadores brasileiros e do mundo afora. Dizem até as boas línguas que realmente entendem do traçado que ele nem sequer foi o melhor jogador argentino.

Mas tudo bem! Que se matem os argentinos para saber quem foi o melhor jogador de seu país. De uma coisa nós brasileiros sabemos e o resto do mundo também: ele, Maradona, não foi, nem de longe, o melhor jogador do mundo.

Se a dona Fifa tivesse feito essa eleição escolhendo os melhores jogadores por décadas e não por um século inteiro, talvez aí sim o jogador argentino poderia ser escolhido como o melhor da década de 80. Mesmo assim teria que disputar com nomes de peso tipo Zico, Platini, Falcão e outros.

Pessoalmente acho que Reinaldo, centro-avante do Atlético Mineiro, jogou bem mais que Maradona. Para não falar de Zico. Mas isso é outra história.

Vamos deixar os argentinos sonharem. Sonhar não custa nada. Ou quase nada. Às vezes pode custar uma decepção. Faz parte da vida.

Por aqui também vamos sonhando. Sonhando com uma nova Fifa que não permita que gênios da bola como Pelé e tantos outros sejam submetidos ao ridículo de ter que provar a todo momento que jogaram o que realmente jogaram. Cada gênio em seu tempo e cada tempo em seu lugar. Que aprenda isso a Maldita Fifa.

  Ilauro de Oliveira e Silva, 27 anos, é estudante de História, Cachoeiro de Itapemirim (ES)

 

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