Talento.
Essa é palavra que sintetiza a contribuição brasileira para o futebol
mundial nos ultimos 60 anos.
Durante
sua história, o futebol brasileiro apresentou um craque após o outro.
Quando, ao final da década de 40, alguns poderiam pensar que, no
Brasil, jamais viria a existir um novo Zizinho, eis que surge na
década seguinte Didi, craque brillhante que moldou a forma de jogar
das seleções de 58 e 62. Nesse periodo, desabrochou então um jovem
garoto de nome Édson. Na ocasião, não se poderia imaginar o que
seria seu futuro, e nem que seu apelido esquisito chegaria um dia
a tornar-se mais notório que o nome "Coca Cola", e que seria o jogador
mais premiado e homenageado de todos os tempos.
Paralelamente
no tempo, no Botafogo, existia um ponta direita irreverente e bailarino
chamado Manuel. Era conhecido como "Alegria do Povo" e só gostava
de driblar pessoas com nome de "João". E em São Paulo, o grande
Luisinho, "Pequeno Polegar", estava deixando o Corinthians. No seu
lugar ficava o jovem Roberto que, dentre tantas outras coisas, tinha
dribles curtíssimos e rápidos, chegando a popularizar o "elástico"
e seu chute mortífero de canhota.
Pelé,
Garrincha e Rivelino dispensam apresentações. Eu poderia continuar
gracejando com nomes como Zito, Djalma Santos, Ademir da Guia, Tostão,
Gerson, Jairzinho, Edu, Coutinho, Reinaldo, Falcão, Zico, Sócrates,
Romário, apenas para dizer que depois daqueles craques, a fonte
não secou e o Brasil continuou sendo um celeiro de grandes talentos,
que foram essenciais para as conquistas que nos colocam na elite
da elite do futebol mundial, sendo respeitados e temidos por todos
os outros adversários e seleções nacionais.
Mas,
hoje em dia, tal peculiaridade do jogador brasileiro parece estar
sendo degenerada aos poucos em favorecimento do interresse financeiro,
e por vaidades e caprichos de técnicos e dirigentes. Mesmo assim,
acredito na vocação futebolística de nosso país e nas nossas tradições
que leva milhares de garotos cheio de sonhos às "peneiras", e amantes
do futebol aos estádios ou utilizarem-se de recursos de mídia (televisão,
rádio e jornal).
Como
não acreditar em Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Alex, Ricardinho,
Vampeta, Roque Junior, Serginho, Émerson, Dida, Rogério Ceni, Júnior,
Cesar Sampaio, Antonio Carlos, se eles são os únicos craques que
nos restam??!!
Getúlio Mendes Maciel, 27, é
bancário e estudante universitário em São Paulo