O nível
do futebol brasileiro nos dias atuais foi muito bem representado
por este dirigente do Vasco. Enquanto assistia pela TV a todo aquele
tumulto, vendo "cartolas" e tantas outras pessoas absolutamente
despreparadas para tomarem a decisão mais acertada, que seria exatamente
a suspensão do jogo; enquanto tantos procuravam garantir espaço
na mídia para destilar suas vaidades pessoais e arrogância, eu me
perguntava: que país é este, onde a segurança
de milhares de pessoas fica à mercê de caprichos pessoais?
Quando
a TV dava conta de que o jogo recomeçaria; quando eu mais uma vez
remoía por dentro uma sensação de impotência diante de tanta barbaridade,
surge a notícia de que o governador do Estado do Rio de Janeiro
determinara a suspensão do jogo. Senti um enorme alívio, uma satisfação
mesmo, por perceber que nem tudo está perdido. Ainda que estes momentos
sejam raros na vida nacional, vez ou outra, aqueles que detêm o
poder constituído se deixam "iluminar" e tomam uma decisão correta.
Parabéns,
governador. Prevaleceu o senso da responsabilidade. Venceu o compromisso
com o público. (Mais ainda eu iria admirá-lo, se o senhor questionasse
judicialmente o senhor Eurico Miranda pelas intempéries que disse
a seu respeito).
Resta-nos
torcer por todas as vítimas do acidente. Queira Deus que todas possam
estar recuperadas no menor espaço de tempo possível.
Para
finalizar, vai aqui um recadinho para os jogadores do Vasco, que
ao final, como que para completar o espetáculo já tão grosseiro,
julgaram-se campeões, dando a volta olímpica com troféu em punho.
Senhores jogadores: é uma pena, mas profissionalismo não
se compra no bar da esquina. Talvez por isso seja produto tão
escasso nesse reduto.
Luiz Otávio Vianna, 44, é administrador
hospitalar em Bauru (SP)