O que mais se pode dizer do que ocorre em nossa justiça (?) desportiva?
A decisão tomada pelo Supremo Tribunal da área veio corroborar o que todos nós, míopes, já sabíamos: - Não houve culpados! Haverá outro jogo!
Todos os poderosos se curvaram diante do relatório do delegado da Federação em campo: - Não dava prá ver se quem estava brigando nas arquibancadas era da torcida do Vasco ou outra torcida (que outra?)....Ao árbitro coube relatar que tudo estava em ordem e que a partida poderia ter continuado. O resultado é que o maior culpado de tudo ou é o São Caetano ou o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sr. Antoni Garotinho que, "frouxamente", quis poupar algumas ínfimas vidas.
Estamos literalmente entregues à cega justiça, em todos os aspectos. Seja ela desportiva ou não, perdemos o conceito de justiça. Num país onde uns criminosos são diferentes dos outros, onde assassino diretor é diferente de assassino pé-de-chinelo, contrabandista federal é diferente de contrabandista dos morros, ladrão juiz é diferente de ladrão povão, justiça (na verdadeira acepção da palavra) é o que menos importa. O que importa é a condição social do infrator ou criminoso.
A solução para o jogo? Nova partida com promoção social de alguns políticos (1 kg de alimento); pagamento de campeão ao São Caetano, independente do resultado (R$ 400 mil), e a sua manutenção na 1ª divisão do malfadado futebol brasileiro. Pasmem! O Vasco, se for campeão, leva mais de R$ 4 milhões. Por que não dão este prêmio ao São Caetano? O torneio não é o mesmo?
Como tantos outros brasileiros já não acredito em mais nada. Justiça tem preço e liberdade (ou título) também!
Odair da Silva, 40 anos, é supervisor de vendas em Taboão da Serra (SP)