A notícia foi dada com pouco destaque pela mídia: Djalminha tenta agredir
colega do La Coruña. O espanhol Victor foi a quase vítima. Ele tentou
evitar que Djalminha agredisse pra valer o jogador Albelda, do Valência, no
último sábado e levou a pior.
Extrema habilidade, mas dono de um temperamento difícil. É assim que a
imprensa espanhola trata o jogador brasileiro. Recentemente um dos mais
importantes jornalistas espanhóis fez um verdadeira poesia sobre o talento
de Djalminha e no dia seguinte foi desmentido pelos números apresentados
por um jornal concorrente.
Ali foram mostradas estatísticas provando que o talento de Djalminha é
inegável, mas tem sido muito pouco útil ao time. Inconstante, sua vida
profissional é repleta de altos e baixos.
Ele, sem dúvida, é o principal
prejudicado. Perde dinheiro, perde prestigio, perde espaço. Os clubes erram
muito mais que atletas como Djalminha e Edmundo, por exemplo. Há muitos
outros no exterior e no Brasil.
Um dia, quando Edmundo estava criando
muitos problemas no Palmeiras, fiquei sabendo que o "único homem capaz de
controlar Edmundo chama-se Paulo Angione". Angione só foi contratado
pelo Palmeiras quando Edmundo já tinha ido embora.
Quando contratam os chamados "jogadores complicados", os clubes não se
preocupam em ter ao mesmo tempo alguns profissionais capazes de neutralizar
o temperamento quente das "estrelas". As agremiações perdem dinheiro,
perdem o atleta, perdem o controle. É prejuízo certo.
Uma contratação de
milhões de dólares deve ser feita com enorme cuidado. Nada pode ser
esquecido ou deixar de ser avaliado. Se o clube decide arriscar no talento
do "problema", precisa cercar-se da maior segurança possível. E isso não é
feito. Nem aqui, nem lá...
Quase todos nós temos uma forte tendência de atropelar os sentimentos das
pessoas, de apressar para resolver as coisas através de conselhos. Mas está
muito claro que um clube, antes de contratar, deve primeiro compreender
inteiramente o futuro contratado.
Como é feito, por exemplo , numa
multinacional. Entrevistas, análises, conversas, testes e discussões. Um
executivo que ganha 200 mil dólares por mês é submetido a uma cansativa
série de encontros antes de ser admitido.
Não só o talento é levado em
conta. Os "chefes" querem saber se o futuro contratado não será capaz de
colocar "fogo" na empresa. No mundo, raríssimos dirigentes pensam
antes de contratar jogadores hábeis e talentosos se o "astro" adota um
comportamento interpessoal. E sempre agridem os cofres dos clubes. Jogam
dinheiro fora .