O técnico da seleção brasileira de futebol, Emerson Leão, admite que "quem tem Romário, tem quase tudo...com ele o time fica muito mais próximo de uma vitória, fica sempre bem perto de um resultado agradável...". Essa declaração praticamente define a seleção com Romário e mais dez. Leão, se apressa em fazer uma ressalva: "Basta ele continuar jogando como vem fazendo atualmente e não sofrer contusões e será chamado. Qualquer coisa
fora dessa linha é querer ser inventor. Eu sou treinador ".
A conversa com Leão antecedeu a viagem do treinador para Belo Horizonte.
Na capital mineira o técnico da seleção brasileira foi tirar uma placa ainda existente na face, consequência da agressão que sofreu na Argentina. Leão não está entre aqueles que aplaudem o futebol mostrado pelo São Caetano: "Viveu um bom momento. Futebol é assim mesmo. Não concordo com aqueles que dizem que a verdadeira maneira de jogador futebol é como faz o São
Caetano. Calma...Vi muitos filmes do faroeste...os índios atacam muito, fazem
pressão, uma barulheira danada...no final do filme a vitória fica com os soldados."
Leão foi respondendo a todas as perguntas. Não deixou nada sem resposta. O
técnico acha que a "arbitragem precisa se ajeitar. Tem cometido muitos erros. Em nenhum momento estou falando de esonestidade, mas tem errado demais." Leão garante que o momento delicado enfrentando pela diretoria da CBF "não está interferindo no meu trabalho. Desde o primeiro dia o presidente disse que seleção era assunto para mim e para o Lopes. Ele foi
muito claro".
O treinador da seleção brasileira não pretende "prejudicar os clubes. Nem daqui, nem do exterior. Sempre que for possível evitar desgastes, evitarei. Mas, em nenhum instante vou deixar de olhar o que é melhor para a seleção brasileira. Os clubes do exterior reclamam, mas quando acertaram contratos com os jogadores sabiam que eles seriam chamados pela seleção. Há um
numero legal de jogos e eu irei usá-los da melhor maneira possível ".
Sobre as CPIs , o técnico Emerson Leão procura palavras, pensa antes de
responder, mas mesmo assim bateu forte :" Claro que sou favorável à
honestidade. Lógico que todos nós desejamos a verdade. Mas não concordo
com esse festival de quebra de sigilos bancário e fiscal. Acho que em muitas
situações o exagero predomina. Gostaria muito que os fiscais, antes
de qualquer coisa, entregassem também seus sigilos bancários e fiscal. Seria
um gesto que eu aplaudiria muito. Quebrar o sigilo dos outros, mas
anunciar
que o seu já está quebrado, é postura corajosa...".