CAPA ESPORTES
 Últimas
 Resultados
 Esportes TV
 Esportes Show
 Imagem
 Papel de Parede
 Calendário 2001
 Notícias por e-mail
 Chance de gol
 Futebol
 Fórmula 1
 Automobilismo
 Tênis
 Basquete
 Vôlei
 Surfe
 Aventura
 Mais esportes
 Colunistas
 Especiais
 Fale com a gente



 Compras



Wanderley Nogueira
Segunda-feira, 03 Setembro de 2001, 17h47
terraesportes@terra.com.br

Obrigado, Eurico


"Eurico, obrigado por você existir". Não, não... A frase não é minha. O elogio foi feito pelo prefeito da cidade do Rio de Janeiro, o botafoguense César Maia. Na sua posse como presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda ouviu isso e muito mais. O prefeito disse também que o novo presidente vascaino é "o grande líder político e esportivo do Rio. Todos devem reconhecer Eurico Miranda como o maior comandante de futebol da cidade há anos".

O senador e ex-ministro da Justiça Bernardo Cabral, disse que Eurico "é um indisciplinado espontâneo. Uma árvore na Amazônia cai em cima do Jabuti e ele não morre. Come as folhas do galho e, com o tempo, a árvore apodrece e ele sai vivo. Assim é o Eurico...". O presidente do Vasco foi abraçado docemente pelo ex-presidente da FIFA João Havelange e recebeu efusivos cumprimentos do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Até o presidente da CPI da CBF/NIKE, o deputado federal Aldo Rebello (PCdoB/SP) enviou um telegrama felicitando Eurico pela posse.

O chamado inimigo nº 1 do futebol brasileiro não mostra força somente à frente do Vasco. Dezenas de pessoas atacam Eurico Miranda à distância. Quando estão próximos dele, pedem até autógrafos. Recentemente o técnico de vôlei, Ricardo Navajas, afirmou que o seu ídolo no esporte atual é Eurico Miranda. Inúmeros jogadores de futebol de prestígio revelaram que "todo mundo quer ter o Eurico ao lado. Com ele não tem tempo ruim...ninguém passa a perna na gente...".

Naquele episódio em São Januário, Eurico deu ordens aos soldados, enquadrou o frágil comandante da PM no estádio, Major Braga, apontou prioridades aos médicos, deu limites à Defesa Civil e trombou com o Governador Garotinho. Até o árbitro Oscar Roberto de Godói , constrangido, desculpando-se, informou ao dirigente que "estou indo embora. Não há mais jogo". Godoi só fez isso quando soube que a PM não daria mais nenhuma garantia , cumprindo ordens do governador.Irritado, Eurico mandou o time dar uma ridícula "volta olímpica" e quase todos os jogadores cumpriram suas ordens. Até Romário.

Bons comentaristas, alguns absolutamente imparciais e ferrenhos opositores aos métodos de Eurico Miranda, andaram encontrando palavras para dizer que "Eurico é mesmo ótimo para o Vasco da Gama...". O presidente do Vasco tem dado pontapés nos tornozelos de deputados e senadores que ousam criticá-lo ou pressioná-lo. Até os torcedores feridos em São Januário o atacavam docemente: "o doutor Eurico é um pai para a gente...mas ele errou em fazer o jogo aqui...mas o Vasco está acima de tudo".

Sobre a operação suspeita de câmbio , Eurico tem demonstrado frieza: "O dinheiro foi para o Vasco, na conta do Vasco, é do Vasco. Operação legal ou ilegal ? Sei lá. Cada um que tire a sua conclusão". E para não deixar dúvidas quanto ao seu poder de fogo, Eurico Miranda, no jogo final, colocou na camisa do Vasco o logotipo do SBT, desafiando frontalmente a poderosa Rede Globo de Televisão.

Eurico Miranda (e não o Vasco ) provocou o surgimento da maior torcida contrária numa final de campeonato nacional. Acusado de tramóias e golpes cinzentos, Eurico Miranda tornou-se a marca oficial da velha cartolagem que ninguém agüenta mais. Mas, quais os motivos que levam pessoas importantes a abraçar e enaltecer Eurico Miranda? A festa da posse mostrou isso! Quase todos tem medo de Eurico.

Ele sabe aproveitar-se disso. O presidente do Vasco "mata uns" , mas " muitos, muitos outros, morrem de medo".

Conheço a história d apeste que se aproximava de uma cidade, ao lado da morte. O Prefeito da cidade ia saindo. Encontrando a morte, pediu-lhe; "Não faças muito mal à minha cidade." A morte respondeu: "Vou tirar somente 3.000 vidas." "Bem," disse o Prefeito. Contudo, soube no caminho que tinham morrido 20.000 pessoas. Quando voltou, encontrou a morte e a peste que regressavam. Disse à morte: "Você me prometeu tirar 3.000 vidas , mas tirou 20.000." A morte respondeu: " Não. Eu e a peste matamos somente 3.000 pessoas. As outras 17.000 morreram de medo."

 

veja lista das últimas colunas

Coluna do Internauta Wanderley Nogueira Juarez Soares
Marcos Caetano Fernando Santos