por João Paulo Napoli
Esta aí um torneio interessante esse Campeonato do
Nordeste! Fórmula simples: dezesseis clubes
enfrentam-se entre si, em turno único,
classificando-se os quatro melhores para as
semifinais, e daí os dois melhores para a decisão do
título.
O resultado é um campeonato disputado,
emocionante. O líder até o momento, o Náutico, tem
24 pontos. O vice-líder, o Fortaleza, tem 22.
Outras sete equipes encontram-se ainda com totais
condições de classificação, faltando cinco rodadas para
o fim dessa fase. Uma alternativa interessante para
esses inteligentes dirigentes brasileiros que inventam
fórmulas absurdas, com fases mil, para favorecer times
A ou B.
A fundação da ACFN (Associação dos Clubes de Futebol
do Nordeste) é, de uma certa forma, um grito de
independência para o sr. Ricardo Teixeira ouvir. Mesmo
que essa associação hoje seja representada por
dirigentes de clubes simpáticos ao atual presidente da
CBF, a tendência é a desvinculação desse campeonato às
regras geralmente impostas pela Confederação, que
incluem medidas como as "viradas de mesa".
Esse recado é dado, em especial, para a Federação
Carioca de Futebol e para a Rede Globo de Televisão.
Para a primeira, por ter organizado, mais uma vez, um
campeonato pouco rentável e nada atraente, no qual um
clássico decisivo como Flamengo x Vasco reúne pouco
mais de 25 mil torcedores, o que chega a ser ridículo
em se tratando de Maracanã. Para a segunda, que aliás
comprou os direitos de transmissão do Campeonato do
Nordeste, porque insiste em ser bairrista,
transmitindo jogos como Fluminense x Friburguense em
detrimento de jogos mais atraentes (como Rio Branco x
Palmeiras, pelo Paulistão).
P.S.: Ah, o Paulistão também é um campeonato
interessante. Só tem um probleminha: essas sessões de
tortura chamadas cobranças de pênaltis, e essa
contagem diferenciada de pontos que gera uma
verdadeira salada na cabeça do torcedor. Cartola ainda
é um sujeito muito sádico...
João Paulo Napoli, 25 anos, estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará