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Juarez Soares
Quinta-feira, 22 Março de 2001, 18h01
terraesportes@terra.com.br

Outono da bola


As águas de março, que, aliás, são raras, estão faltando e já fecharam o verão. Começamos a viver uma nova estação. Aprendi quando pequeno, que o outono é a época dos frutos. É um período interessante. Algum poeta já escreveu ou reescreveu sobre o "outono da vida" dando a esta estação do ano uma conotação meio cinzenta, pálida, de alguém que começa a viver emoções, que sugerem transformações, de sentimentos e posturas.

O outono chegou também à Brasília, é claro, naquele clima de homens cinzentos, de poucas emoções, de transformação quase nenhuma. As mudanças até acontecem em Brasília, mas dependem do lucro. A pergunta em todas as estações do ano é uma só: "o que eu vou lucrar com isso?"

Agora caiu no balcão da feira das barganhas o futebol. Prato novo, mercadoria nova, cobiçada por todos, mas que só uns poucos dominam. Na verdade, como toda matéria-prima dos políticos, essa também pertence ao povo. Como já aconteceu em outras épocas, a revolução vem do sol. Juntaram-se muitos deputados, alguns senadores e querem ganhar a batalha para o Juventude, das bandas de Caxias. Vão colocar o time na primeira divisão do futebol do Brasil.

E o acordo que Pelé fez com a "banda podre" para moralizar o futebol? E o acordo cingido pelos dois ministros presentes àquele ato de "comédia"? O que falaram sentados, não vão sustentar em pé. De quebra, como esmola, os irmãos gaúchos arrastam o São Caetano, primo pobre dirigido por gente honesta ou incompetente, não sei. E Ricardo Teixeira? Pobre diabo, vai aceitar tudo de bico calado? Todos se merecem. São farinha do mesmo saco!

 

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