As águas de março, que, aliás, são raras, estão faltando e já fecharam o verão. Começamos a viver uma nova estação. Aprendi quando pequeno, que o outono é a
época dos frutos. É um período interessante. Algum poeta já escreveu ou
reescreveu sobre o "outono da vida" dando a esta estação do ano uma conotação
meio cinzenta, pálida, de alguém que começa a viver emoções, que sugerem
transformações, de sentimentos e posturas.
O outono chegou também à
Brasília, é claro, naquele clima de homens cinzentos, de poucas emoções, de
transformação quase nenhuma. As mudanças até acontecem em Brasília, mas
dependem do lucro. A pergunta em todas as estações do ano é uma só: "o que
eu vou lucrar com isso?"
Agora caiu no balcão da feira das barganhas o
futebol. Prato novo, mercadoria nova, cobiçada por todos, mas que só uns
poucos dominam. Na verdade, como toda matéria-prima dos políticos, essa
também pertence ao povo. Como já aconteceu
em outras épocas, a revolução vem do sol. Juntaram-se muitos deputados,
alguns senadores e querem ganhar a batalha para o Juventude, das bandas de
Caxias. Vão colocar o time na primeira divisão do futebol do Brasil.
E o
acordo que Pelé fez com a "banda podre" para moralizar o futebol? E o
acordo cingido pelos dois ministros presentes àquele ato de "comédia"? O
que falaram sentados, não vão sustentar em pé. De quebra, como esmola, os
irmãos gaúchos arrastam o São Caetano, primo pobre dirigido por gente
honesta ou incompetente, não sei. E Ricardo Teixeira? Pobre diabo, vai
aceitar tudo de bico calado? Todos se merecem. São farinha do mesmo saco!