O título acima foi dado pela página oficial da NBA após a segunda derrota consecutiva do Los Angeles Lakers nesta semana e mostra muito bem a situação do atual campeão da liga. Um time em crise, aparentemente sem rumo entre os top de linha. E muitas pessoas me perguntam: o que está acontecendo com o Lakers? Será possível repetir o título de 2000?
A resposta à primeira pergunta é simples: o grande problema do Lakers está na defesa, que pode ser comparada à do Corinthians. É só partir para cima e encestar. Isso mesmo. Uma verdadeira peneira. Na temporada passada, o técnico Phil Jackson exigiu um grande esforço na marcação, que agora está relaxada, frouxa e extremamente vulnerável.
Os números comprovam. Na campanha do último título, o Lakers sofria em média 92,3 pontos por partida e permitia aos adversários apenas 41,6% de acertos nos arremessos. Agora, a média de pontos sofridos subiu para 98,3, enquanto os rivais acertam 43,8% de seus arremessos. Pode parecer pouco, mas é justamente aqui que está o problema.
As maiores dificuldades do Lakers acontecem quando enfrentam equipes com bons arremessadores na armação. Não foi à toa que o time perdeu os quatro jogos que disputou para o Seattle de Gary Payton. Armadores desse tipo encontram muito facilidade de penetração na defesa do Lakers, seja para conseguir uma bandeja ou para fazer uma assistência para alguém completamente livre.
Isso acontece por duas razões: a marcação no garrafão está fraca com o veterano Horace Grant, o que sobrecarrega o astro Shaquille O'Neal. Sem um bom companheiro na defesa, Shaq é obrigado a maneirar no combate ao adversário, para não correr o risco de ficar enforcado pelas faltas.
Fora do garrafão, a situação é parecida. O armador titular é outro veterano, Ron Harper. Ele pouco jogou e, quando esteve em quadra, também não conseguiu acompanhar o ritmo de jogadores mais jovens. Outro ala, Rick Fox, que ganhou a posição de titular nesta temporada, também está longe de ser um bom marcador. Normalmente, comete muitas faltas logo no início do jogo.
Resta Kobe Bryant. Mas este ano seu desempenho caiu muito na defesa. Seus marcadores comumente conseguem passar dos 30 pontos. Ele atribuiu isso a seguidas contusões no tornozelo, que têm limitado seus movimentos, não apenas na defesa, como também no ataque.
Na frente, o Lakers está até ligeiramente melhor do que na temporada passada. Tem em média 101,2 pontos por partida, contra 100,8 da campanha triunfal de 2000. Ou seja, o ataque está fazendo a sua parte.
A continuar desta maneira, é provável que o Lakers não vá longe nos playoffs. A carta na manga está na recuperação de Bryant e Harper. Se os dois conseguirem jogar sem os efeitos de contusões, poderão tentar suprir as deficiências defensivas com a experiência. E, aí, será impossível uma previsão, já que os cinco primeiros times da Conferência Oeste estão separados por duas ou três derrotas. O equilíbrio é total.
Munição no ataque para repetir o título o Lakers têm. Mas terá de encontrar uma solução para não virar saco de pancadas nos playoffs diante de ataques poderosos como os do Sacramento, Utah, San Antonio e Portland.