A Liga Sul-Americana é bom exemplo de como o basquete brasileiro
caminha em marcha a ré. Dos quatro semifinalistas, três são argentinos. O
único penetra nesta festa portenha é o Flamengo. E comandado por quem? Pelo
veterano Oscar.
Isso mesmo, em pleno século 21, o basquete brasileiro ainda desperta
algum interesse no exterior graças ao cestinha quase cinquentenário. Foi
assim também quando alguns refugos da NBA vieram ao Brasil, na semana
passada, e mostraram total menosprezo pelos jogadores, com exceção a Oscar.
Mas é justamente esta a realidade. Em época em que os clubes perdem
seus principais jogadores por falta de dinheiro, como acontece com o próprio
Flamengo, não resta outra saída a não ser apelar para os ídolos do passado.
Nos últimos dois anos, o Vasco reinou na Liga. E deve muito desse
sucesso a duas estrelas internacionais: o pivô Vargas e o armador Charles
Byrd. Sem eles, o Vasco não conseguiu se impor. Mas esse é um problema que
afeta a maioria das equipes, onde o processo de renovação caminha a passos
de tartaruga.
Efeitos maiores poderão ser sentidos quando a seleção brasileira
voltar a se reunir, nos torneios sul-americanos e seletivos para o próximo
Mundial. O fiasco pré-Sydney pode se estender por muito mais tempo do que se
possa imaginar.
Quanto ao Flamengo, espera-se por uma guerra em Comodoro Rivadavia,
para o segundo jogo das semifinais, no próximo sábado, contra o Gimnasia. Os
argentinos se sentiram humilhados pelo técnico Cláudio Mortari que pediu um
tempo nos minutos finais da partida no Rio, quando o Flamengo já tinha o
jogo ganho.
Mortari declarou que não teve a menor intenção de provocar os gringos,
ainda mais sabendo que poderá disputar até dois jogos em quadra inimiga. Mas
os argentinos nem querem saber de explicações.
Vai sobrar, mais uma vez, para Oscar. E pode-se esperar muita
choradeira, principalmente em caso de derrota. Tem tudo para virar história
do século passado...