Público fugindo dos ginásios, redução do número de pontos por partida,
falta de astros. A situação não poderia ser pior para o estouro de um
escândalo na NBA, como este revelado pela respeitada revista norte-americana
Sports Illustrated. Jogadores metidos em prostituição e, o que é muito
pior, como a máfia.
A revelação feita pelo jornalista Art Harris, com base em
investigações do FBI, compromete os pivôs Patrick Ewing (Seattle) e Dikembe
Mutombo (Philadelphia). E, por se tratar de extravagâncias, não poderia
deixar de fora o ex-jogador Dennis Rodman. Também estão na confusão dois
running backs do futebol americano, os astros Terrel Davis (Denver) e Jamal
Anderson (Atlanta). Prostitutas ouvidas pela reportagem citam também
estrelas do cinema, mas não dão nomes.
Sem dúvida, uma bomba. Ainda mais quando a polícia associa os
jogadores a uma boate de luxo, chamada Gold Club, em Atlanta, suspeita de
ser dirigida por uma das maiores organizações criminosas dos EUA, a família
Gambino. Para deixar claro: um dos altos comandos da máfia de Nova York.
Não é de hoje que se suspeita de relações esportivas com o mundo do
crime. E não é preciso ir longe. Basta olhar para Brasília, onde as CPIs do
Senado e da Câmara investigam o enriquecimento dos grandes dirigentes do
futebol brasileiro, desvio de dinheiro para contas em paraísos fiscais,
caixa 2 na venda e pagamento de jogadores. Ou seja, o que está sendo apurado
na NBA não é nenhuma surpresa.
Que os astros do basquete americano voltem às manchetes
sensacionalistas, então, nada mais normal. Orgias sexuais são comuns na NBA.
Quando revelou que era portador do vírus da Aids, o grande Magic Johnson foi
sincero: contou que, antes de se casar, mantinha relações sexuais com
centenas de mulheres. A cada cidade onde o Lakers jogava, uma experiência
diferente. E ele atribuiu a isso o contágio do HIV.
Outro exemplo recente foi o do saudoso Wilt Chamberlain. Ele revelou
que, por suas contas, teria transado com mais de 15 mil mulheres em sua
monstruosa carreira na liga. O próprio Patrick Ewing, envolvido neste novo
escândalo, acabou com seu casamento ao se engraçar com uma cheeleader, na
época em que jogava no New York Knicks. Só para constar, time da terra dos
Gambinos.
Não bastasse o lado policial e sexual, a NBA também se envolveu nos
últimos dias com um mentiroso. Foi o que ocorreu com o técnico Pat Riley, ao
negar, de pés juntos, que não pretendia utilizar o pivô Alonzo Mourning
ainda nesta temporada. Pois no mesmo dia em que a declaração do treinador
era publicada, Zo estava na quadra. Só não surpreendeu os jornalistas de
Miami, que desmascararam mais um pinóquio. É essa a máfia do esporte:
mentiras, crimes, sexo, drogas e rock'n roll (no intervalo dos jogos).