O pau está quebrando nas divisões de base do basquete paulista. Jogadores partem para a pancadaria explícita, com a conivência dos árbitros. É o que relata o internauta Odair Viola Sabbag, preocupado com a (má) formação dos futuros atletas.
A mensagem enviada a esta coluna mostra um quadro tenebroso. A arbitragem tendenciosa, favorecendo times da casa, é um incentivo à violência, segundo a constatação de Sabbag. Sob o olhar cego dos juízes, os jogadores extrapolam e partem para um caminho perigoso na sua formação.
O internauta acompanha jogos da categoria mirim do basquete de São Paulo. Ele conta que esse tipo de comportamento dos árbitros corrompe toda a base de instrução: "Estes profissionais (os juízes) incentivam os jovens atletas a não conhecerem as regras, incorrendo futuramente nos mesmos erros e até interrompendo uma futura carreira". Diz ainda que a violência, na maior parte praticada pela equipe inferior, bloqueio o desenvolvimento técnico.
Um relato com total razão. Cabe aos árbitros, ainda mais nas categorias de base, servirem como fiscais de uma formação correta e íntegra dos atletas. Nessa idade, crianças e adolescentes muitas vezes apelam para jogadas violentas não por maldade, mas pelo ímpeto de mostrar talento. E, muitas vezes, contam também com a falta de capacidade dos treinadores de ensinar o caminho das pedras, ou melhor, das cestas.
É claro que a parcela de culpa dos técnicos pode ser ainda maior. Há aqueles que exigem a vitória a qualquer custo, num momento da carreira onde o importante é aprender os fundamentos básicos do esporte, que serão fundamentais no momento de transformação do adolescente para o atleta, quem sabe até profissional. Se os árbitros permitem esse tipo de atitude, então são cúmplices nesta formação deficiente de futuros jogadores.
Cabe ao departamento de árbitros da Federação Paulista de Basquete, e até da Confederação Brasileira, uma profunda investigação para se apurar a constatação feita pelo internauta. Os árbitros precisam ser cobrados com maior rigor e, se necessário, que os treinadores também sejam responsabilizados. Afinal, trata-se do futuro do nosso basquete. Se erros como esse não forem corrigidos agora, lá para frente a situação ficará ainda pior.