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Wanderley Nogueira
Segunda-feira, 03 Setembro de 2001, 17h47
terraesportes@terra.com.br

Contra a corrente


Esse é outro assunto muito difícil e delicado para ser abordado. A corrente, hoje, é esculhambar patrocinador. Todo patrocinador esportivo é chamado de explorador, é visto como instituição que só visa sugar o "coitado" do patrocinado. Para receber aplausos e concordâncias basta dizer que tudo que as CPIs fazem está certo e justo. Calma, gente! Devagar...

Nunca fui de mergulhar cegamente no desejo das massas. Disse um pensador que multidão é a mais instável de todas as coisas. E a mais insensata. Se 100 milhões de pessoas disserem uma tolice, ainda assim é uma tolice. O teste da coragem vem quando estamos em minoria. O teste da tolerância , quando estamos em maioria. Não é crime exumar vícios, mas é injusto enterrar virtudes.

Nos últimos dias deram um bom espaço para o último depoimento de Luxemburgo na CPI. O técnico disse que a Nike pediu mesmo a presença de Ronaldo em pelo menos um jogo contra a Austrália. Não vejo nenhum absurdo nisso. É preciso conhecer o contexto da história.

A Nike , promotora dos jogos, preparou um verdadeiro carnaval para promover os jogos. Nos ingressos, feitos com grande antecedência, constava "com Ronaldo". Cartazes pelas ruas e anúncios nas emissoras de televisão destacavam o Brasil com Ronaldo. Quando a Inter de Milão disse que só liberaria Ronaldo por um jogo, Luxemburgo estrilou. Ou o jogador jogava as duas partidas ou não seria escalado em nenhuma.

Preocupada com a campanha de divulgação, a Nike perguntou a Luxemburgo se ele poderia reconsiderar a decisão. O treinador da seleção foi inflexível. Fim de conversa. A empresa imediatamente suspendeu comerciais e desativou a seqüência da campanha. Afinal, o grande "astro" não estaria em campo. Tudo muito normal. Embora desgostosa com a decisão de Luxemburgo, a Nike engoliu tudo. Perguntar não é interferir. Tentar saber o que realmente vai fazer o técnico não é postura intrometida de um patrocinador que paga milhões de dólares ao "astro" e à seleção.

Patrocinador não deve nem pode escalar um time, mas deve ser tratado como parceiro e ter todas as informações necessárias para adotar estratégias mercadológicas. Ou será que o principal patrocinador do mais importante time do basquete dos Estados Unidos é posto para fora dos vestiários e não tem a menor idéia de como vai agir a comissão técnica da equipe?

Wanderley Luxemburgo e a Nike devem pagar pelos erros cometidos e punidos , se for o caso, pela postura sem boa ética. Mas puni-los injustamente é crime ainda maior. Não esqueçam , patrocinador também é gente...

 

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