Não entendo nada de armas de fogo, nunca tive uma
garrucha velha sequer, nunca dei um tiro. Conheço de ver
e ouvir dizer a Magnum 44, usada num filme estrelado por
Clint Eastwood, encarnando Harry, o sujo, um detetive
valente e brigão. Fui ler a respeito do assunto e
descobri que o chamado "stop power", o poder de parada,
isto é, o impacto causado pelo impacto da Magnum 44, é
terrível para qualquer um, até mesmo para um trator,
bastam 2 tiros. Os amigos estarão perguntando: "Que
papo furado é esse? O que tudo isso tem a ver com o
esporte?"
É que depois dos depoimentos de Hélio Viana e
Ricardo Teixeira, eu percebi que ambos, também artistas
de primeira linha, têm uma arma mortal de calibre, mais
forte do que a referida 44. É o calibre 48. No filme,
toda vez que Harry, o sujo, se via em situação delicada,
disparava um balaço e resolvia o problema.
Na CPI, Viana
e Teixeira, quando se viam apertados num beco sem saída,
sem respostas para perguntas e acusações mais graves,
sacavam suas armas e disparavam o calibre 48. "Peço 48
horas para entregar as provas". O efeito era devastador.
Fazia-se silêncio. Ninguém falava mais nada. E todos
mudavam de assunto. Uma vergonha! Nunca soube se o prazo
das 48 horas foi cumprido. O depoimento de Ricardo
Teixeira foi uma gozação. Não soube explicar um
empréstimo de US$ 10 milhões, como alguém que não se
lembrou de pagar a prestação da geladeira. Afirmou que
recebe (a CBF) US$ 16 milhões por ano, mais de US$ 1
milhão por mês, e tem prejuízo.
Enfim, as respostas do
presidente Teixeira foram à beira do deboche. Ele é um
pândego, um desrespeito total. Ele faz da CPI da Câmara
um circo. Resta saber se entre o eleitor, o torcedor, os
deputados, o povo e os jornalistas, quem fez papel de palhaço.