No futebol, costuma-se dizer que o importante é o "momento". O momento de um craque, de um grande goleiro, de um treinador, de um time inteiro. Se isso prevalecer no basquete, pode-se dizer que Indiana Pacers e Los Angeles Lakers são, no momento, os maiores candidatos ao título da NBA.
Como o Corinthians, que vem numa impressionante série de nove vitórias seguidas, Pacers e Lakers desconhecem o significado da palavra derrota. Os dois times, que por coincidência fizeram a última final da liga, acumulam sete vitórias consecutivas, a poucos dias do início dos playoffs (a primeira rodada está prevista para o próximo sábado).
Experiência pode ser a melhor explicação para o sucesso do campeão e vice da NBA. Dois times que fizeram uma temporada bastante irregular, principalmente o Indiana, que só conseguiu a classificação na reta final, ocupando a última vaga na Conferência Leste.
Um time que foi desmantelado após a derrota para o Lakers no ano passado, com as saídas de Dale Davis e Mark Jackson e, principalmente, do técnico Larry Bird. Mas conseguiu recuperar sua força graças a sua maior e mais velha estrela, o exímio arremessador Reggie Miller. O ala magricelo e careca tem fama de se reerguer nos piores momentos. Foi assim nas finais contra o Lakers, quando ganhou fôlego, não o suficiente para levar o título, mas ao menos para manter sua reputação.
Desta vez, Miller repete a história e acredita que o sucesso repentino do Pacers não irá durar apenas uma rodada nos playoffs. É tradição, principalmente no Leste, que o último classificado apronte uma surpresa. Foi assim com o New York Knicks há dois anos, quando só perdeu na grande final para o San Antonio Spurs de Tim Duncan e David Robinson. Agora, surge como ameaça ao Philadelphia 76ers de Allen Iverson, dono da melhor campanha do lado Atlântico e candidatíssimo a um lugar na decisão.
No Oeste, o Lakers sempre esteve cotado entre os favoritos, mas oscilou, principalmente devido ao racha provocado pelos egos de Shaquille O'Neal e Kobe Bryant. Os dois continuam sendo as pilastras do principal time de Los Angeles. Nos últimos jogos, porém, quem começou a roubar a cena foi o armador Derek Fisher. Ele passou quase toda a temporada afastado, devido a uma fratura na perna.
Os seis meses de estaleiro ajudaram Fisher a rever sua conduta na quadra. Ele tinha a mania de buscar infiltrações, onde era, pelo seu tamanhozinho, facilmente barrado pelos pivôs. Agora, ele mudou seu estilo. Passou a jogar no perímetro, distribuindo mais a bola e servindo como opção quando Shaq recebe marcação dupla. Resultado: sua pontuação aumentou, como no domingo, quando marcou 21 pontos no clássico contra o Portland Trail Blazers.
Mais do que os talentos individuais, Lakers e Pacers encontraram neste final de temporada regular o tal momento, que pode ser decisivo para a conquista do título. Momento que também é capaz de levar o então lanterna Corinthians aos títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil.