A sorte está lançada. Nesta quarta à noite, se decide a sorte do futebol brasileiro. Exagero? Pode ser. Mas não é só o resultado numérico da partida que
interessa. Vamos ver se a renovação precipitada feita pelo técnico Leão,
atinge seus objetivos. Por exemplo, se o Brasil vencer bem a partida de
os "estrangeiros" voltarão a ser chamados? Os "caipiras" que hoje
entram em campo vão se julgar com direitos adquiridos de participar do
próximo jogo pelas Eliminatórias.
E em caso de um mal resultado, dirão que
Leão se perdeu, que não tem experiência suficiente para dirigir a seleção
brasileira. Afirmam os precavidos, os mineiros, que o equilíbrio está no
meio. Assim o mais sensato seria mesclar alguns jogadores experientes com
os novatos que tem talento.
Emerson Leão tem uma maneira própria de falar.
Eu sempre achei que parece palavra cruzada. A gente tem que entrelaçar
vertical com horizontal para encontrar a palavra certa. Terça, o treinador
lançou mais uma "cereja": "Romário é um líder silencioso". O que seria isso?
O craque quieto, que pouco fala ou melhor abre a boca quando lhe
interessa, que às vezes deixou transparecer que é maldoso, rancoroso, mal
resolvido. Romário tem dado várias demonstrações desse tipo de recalque. Por
exemplo, quando atacou Pelé, Zico, Luxemburgo, mais recentemente Edilson.
Leão é um técnico político. Ele se apoia no maior nome da seleção, por isso
Romário é o capitão. Pelé por exemplo, nunca foi capitão do Santos, não
precisava disso para mostrar sua liderança.
Ao mesmo tempo em que paparica o
artilheiro, Leão pede a benção aRicardo Teixeira. Como se a presença do
presidente da CBF,mudasse alguma coisa. Hoje,eixeira é um dirigente
desmoralizado, caindo pelas tabelas. Só Leão não enxerga. Dentro desse
ambiente, a partida contra o Peru é mais que uma partida de futebol. Pode
ser um divisor de águas. Vamos esperar que o silêncio do líder seja quebrado
depois do jogo, para falar da vitória. Falar sem mágoas, rancores, recalques
e ressentimentos.