A situação do basquete brasileiro é mais crítica do que se possa
imaginar. Acabo de receber uma carta-denúncia, encaminhada por um jogador
que participa do Campeonato Brasileiro. Por se tratar de uma revelação sobre
a podridão do esporte, o atleta não quer se identificar.
A denúncia mostra o estado de falência do basquete nacional: clubes que
já não pagavam em dia os seus jogadores agora nem sequer fazem o registro
profissional, com medo de não conseguirem honrar os contratos e serem
obrigados a enfrentar processos trabalhistas. Ele também ataca a
Confederação Brasileira de Basquete, que estaria abandonando os jogadores,
sem prestar nenhum tipo de auxílio.
Para que o internauta possa sentir o drama vivido por esses atletas,
reproduzo abaixo a carta enviada a esta coluna:
"Devo lhe dizer que sou um jogador que está disputando o nacional e por
isso não vou me identificar. Além de estar falida, a CBB está sem pessoas
que entendam de basquete e realmente se importam com o esporte em si, não só
com o dinheiro que o órgão pode render.
Nós jogadores não temos segurança trabalhista pois os clubes não querem
nos registrar, com medo de não terem dinheiro para honrar o contrato e terem
que enfrentar o atleta na Justiça trabalhista.
Trabalhamos de domingo a domingo sem feriado, Páscoa, raramente uma
folga na segunda quando pouco podemos nos distrair.
Somente com uma associação de jogadores e técnicos poderemos ter
garantias e também expor nossas idéias, pois sabemos e passamos todos os
tipos de situação, somos nós que botamos à prova todos os dias o nosso
talento, coragem e a paciência de ver e aguentar tanta
incompetência!!!!!!!!!!
Um abraço e nos ajude expondo sempre a real situação, ok!"
Essa coluna já teve a oportunidade de apresentar outros casos de
internautas, jogadores e ex-jogadores que enviaram mensagens, mostrando a
pindaíba do basquete brasileiro. O espaço também está aberto para os clubes
e a própria CBB apresentarem sua versão. Se é que há interesse. De qualquer
forma, o convite está feito, com a intenção de encontrarmos caminhos e
soluções.