Nunca um treinador de Seleção Brasileira começou a sentir tão rapidamente, após assumir o cargo, o processo de fritura. Desde quando foi indicado para dirigir a Seleção, Leão percebeu que ele teria vida dura, especialmente com a imprensa do Rio de Janeiro. Quando Leão resolveu concentrar a Seleção na cidade de Jarinu para enfrentar o Perú, do Rio de Janeiro, saiu a seguinte expressão : " De Jarinu para o Carandirú..." . Diziam os analistas que "se perder para o Perú, um abraço para o Leão".
O time não embala faz tempo. Já não estava embalado com Luxemburgo. Acho mesmo que não embala há mais de 10 anos.Mas, todo mundo , estranhamente, sente-se à vontade para criticar Leão. Lazzaroni, por exemplo, há algumas horas falou pela Rede Globo dos "defeitos" de Leão. Eu gosto de Sebastião Lazzaroni, é simpático, educado, mas achar defeitos em treinadores da Seleção Brasileira não é propriamente a sua especialidade...
Parece incrível, mas é extensa a relação de analistas que pregavam a eliminação dos "astros " da Seleção Brasileira. E antes mesmo do jogo contra o Peru acabar, imploravam o retorno dos famosos. Ou piraram ou acham que realmente ninguém tem memória. O presidente da CBF, em nenhum momento veio a público para dizer que é início de trabalho e que Leão e Lopes estão seguros no cargo. Talvez, não estejam.
Os jogadores que vão sair do time certamente irão criticar Leão. Os atletas que jogam no exterior e que foram esquecidos voltarão com os narizes empinados. Leão terá problemas.
Esse negócio de Leão ter deixado claro que o time joga em função de Romário, desagradou outros chamados "intocáveis".
A imprensa internacional já comenta a ameaça sobre o cargo do técnico Leão. O site Calciomercato afirma que Ricardo Teixeira já teria sondado novamente Luxemburgo. Já o site ingles Onefootball garante que está sendo preparada a volta de Parreira.
Vale repetir: nunca num tão curto espaço de tempo um treinador de Seleção começou a sentir o calor da frigideira. Talvez, essa seja a mais simplista explicação para os motivos da comprovada decadência do futebol brasileiro.
Wanderley Nogueira