Antes que chegue a hora da decisão que é bom dar
palpite. Nada além de palpite. Acontece que essa palavra
corriqueira e desgastada tem um poder mágico no mundo do
futebol. Quase sempre, só na base da intuição, da
experiência, basta um momento de reflexão e lá vem a
previsão do resultado.
Assim, lá vai na base da nova
corrente jornalística do "achismo", acho que a Ponte
Preta se classifica. Tem mais time que o Botafogo. A
"macaca" encontrou seu conjunto há dois anos. O elenco
está junto todo esse tempo unido. Sua força foi
demonstrada durante toda a competição. Por isso tem o
artilheiro do campeonato, com quatorze gols. Seu
técnico, Nelsinho, é experiente. Já declarou até que
pretende ser o treinador da seleção brasileira na Copa
de 2006.
O tornado que fustigou a região de Campinas e
paralisou o treino da Ponte aos 25 minutos, no entanto,
manda um recado que o futebol está sujeito às chuvas,
trovoadas e agora aos ventos traiçoeiros também. O
Botafogo de Ribeirão tem uma equipe com média de 23 anos
e muito entusiasmo. Se fizer um gol na frente da Ponte
pode complicar o jogo.
No outro palco, o Morumbi, a
história vai ser diferente. O Santos viveu tempos
difíceis, falta de dinheiro, salários atrasados, Rincón
vai e volta, Dodô perdeu e readquiriu o seu perfil de
equilíbrio. Na reta final, está claro, valeram a bagagem
do técnico Geninho, a vivência e a malandragem de
Serginho, além do retorno mais humilde de Rincón. Fora
tudo isso, entra em campo a velha rivalidade, que sempre
apresentou aspectos dramáticos.
Nenhum corintiano
esquece os 11 anos que seu time ficou sem ganhar do
Santos. Fora os mais de vinte anos na fila do
campeonato. Agora é o Santos que amarga 16 anos
na espera. Apenas lembrando que no último encontro o
Corinthians goleou de 5 a 1. O time de Wanderley
Luxemburgo vive o seu melhor momento. E o mais perigoso.
A vivência do seu treinador segurou e disciplinou os
jogadores nas últimas horas. O time se recolheu, colocou
o pijama e ficou na miúda. Controlou o entusiasmo. Em
campo, a força coletiva do time aparece. Os jogadores
titulares são equilibrados e os reservas são bons. Os
dois atacantes, Gil e Ewerthon, somados têm menos de 40
anos, são velozes, produzem um contra-ataque mortal.
O
Corinthians tem dois volantes fortes na marcação. Um
meia (Ricardinho) na esquerda, outro craque na direita
(Marcelinho). Um lateral que sabe atacar (André Luiz). O
time é bem balanceado. Enfim, a sorte está lançada. No
mais, tudo é só palpite. Acho que a final pode ser
Corinthians e Ponte Preta. Mas é bom lembrar o velho
ditado, que aconselha: "Teima, mas não aposta."