Está para sair o prêmio de MVP, o de melhor jogador da NBA. A eleição é
feita por jornalistas que acompanham o campeonato. Os votos foram entregues
ao final da temporada regular. Ou seja, o sujeito já foi escolhido, é só uma
questão de suspense. É praticamente certo que o título irá para Allen
Iverson. Ele tem muitas qualidades para merecer o troféu. Mas não todas.
Iverson carrega o Philadelphia 76ers nas costas. É o cestinha da
temporada, algo suficiente para merecer o MVP. Mas é preciso lembrar que o
time disputou a grande maioria dos jogos contra adversários, para ser claro,
medíocres. A Conferência Leste da atual temporada foi uma das piores dos
últimos anos. A ponto de quase classificar equipes para os playoffs com mais
derrotas do que vitórias.
Assim, não é surpresa que alguém tenha se destacado. O mesmo aconteceu
com Jerry Stackhouse, do Detroit Pistons, outro timinho do lado do
Atlântico. Não quero, porém, tirar os méritos de Iverson. Não é qualquer um
que termina uma temporada com mais de 31 pontos de média.
Para os amantes das estatísticas, seria interessante conferir qual foi
a média de pontos de Iverson contra equipes da Conferência Oeste. Ainda não
tive a oportunidade de fazer esse levantamento por conta própria. Prometo
tentar em breve. Mas faço aqui uma aposta: deve ser muito menor.
Então, a questão é: basta ser o cestinha para ganhar o MVP? Na minha
opinião, não. De qualquer forma, Iverson foi um jogador bastante regular
durante o campeonato, o que aumenta ainda mais o seu favoritismo. Mas, o que
é que conta na NBA? O que todo mundo espera são os playoffs e, por incrível
que pareça, a eleição já está concluída antes mesmo das finais.
Se não fosse por uma temporada irregular e que começou até mesmo
desacreditada, Shaquille O'Neal seria a barbada para levar o seu segundo
MVP. O que ele está jogando, desde o All-Star Game, é algo impressionante.
Só para ter uma idéia: no primeiro jogo da semifinal contra o Sacramento
Kings, foram 44 pontos, 21 rebotes e sete tocos. Simplesmente fantástico,
ainda mais levando em conta que os rebotes e os tocos foram contra um time
que tem Chris Webber e Vlade Divac, dois nomes de respeito no garrafão.
Sem falar na sua evolução nos lances livres. Um percentual de acerto
que passou de 30 a 60%. Uma evolução incrível, durante uma temporada!
O que precisa ficar claro é que o prêmio de MVP deveria abranger
vários aspectos do jogo. E, hoje, nenhum jogador se impõe mais na quadra do
que Shaq. Ele faz pontos, briga por rebotes, bloqueia arremessos. É
fulminante no ataque e na defesa. Ou como ele prefere ser chamado: O Mais
Dominante Jogador.
Iverson é realmente bom. O título de MVP não ficará ruim em suas mãos.
Mas Shaq é muito melhor.