Deixem a quadra livre para Allen Iverson e Vince Carter. Um contra o
outro, cara a cara, frente a frente, mano a mano. Sem ninguém mais para
atrapalhar. Fora com Mutombos e Dales. Só os dois, mais ninguém. É o que
todo fã de basquete gostaria de ver: um duelo mais do que pessoal.
É isso que está ocorrendo: 54 pontos para Iverson num jogo, 50 para
Carter no outro. É típico dos guetos do basquete americano, quando dois
garotos negros se enfrentam em quadras de cimento com "redes" de correntes.
Nada mais puro.
O mais incrível neste duelo é a incompetência defensiva. Os dois
técnicos conhecem bem as armas do adversário, mas não conseguem detê-las.
Ora, está na hora de uma marcação dupla em cima dos dois. Ou alguém acredita
que Philadelphia e Toronto sejam capazes de descobrir, a essa altura dos
playoffs, alguém que possa romper, digamos, a barreira dos 20 pontos?
Bem diferente do que acontece em outra semifinal. O Sacramento
conseguiu segurar Shaquille O'Neal. Mas o Lakers tem Kobe Bryant, que
destronou o Kings e já pode se considerar na final do Oeste. O time de Los
Angeles tem não só uma, mas duas estrelas. Então, marcar apenas uma delas
não é o suficiente.
Para ter sucesso, o Sacramento teria que apostar muito mais em suas
forças ofensivas do que defensivas. Mas a equipe é verde em playoffs. Seus
principais arremessadores estão muito abaixo de suas médias de pontos. Sem
falar no armador Jason Williams, que precisa aprender a atuar nos chamados
grandes jogos.
E, como acontece entre Iverson e Carter, o Oeste terá o seu duelo mano
a mano, entre Shaquille O'Neal e Tim Duncan. Para muitos, a final
antecipada. É esperar para ver. E se deliciar.