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Wanderley Nogueira
Terça-feira, 04 Setembro de 2001, 15h42
terraesportes@terra.com.br

Roth não resistiu


A pressão foi forte, irresistível, insuportável. Imagine, caro leitor....uma jovem, cerca de 20 anos, quase escondida atrás do balcão, com um fone no ouvido, fala mansa, olhos meigos, roupa discreta, cabelos presos e pedindo um documento de identificação para entregar um crachá que dá acesso ao prédio. É uma postura extremamente agressiva e deselegante. Deveria ser punida por isso. Talvez uma demissão sumária pudesse minimizar o seu ilícito.

Atrevidamente pediu a identificação do técnico do Palmeiras, Celso Roth e de seu assessor de imprensa. Ambos ficaram chocados com a falta de cortesia. Apesar de chegarem ao prédio quase no final do programa que tinha o treinador como chamada de capa, nada justificava exigir que as regras do condomínio fossem cumpridas. Uma personalidade como Roth deveria ter o caminho indicado por um tapete vermelho diretamente ao elevador privativo. Obviamente cercado de seguranças que deveriam cuidar da sua privacidade até entrar no estúdio do programa já no "ar".

Pedir a identificação de milhares de pessoas que frequentam as imensas torres de concreto, tudo bem, mas ter a ousadia de querer um documento de Celso Roth é inaceitável. Não conhecê-lo, não admirá-lo, deixar de desmaiar diante de tão ilustre personagem, é inaceitável. Deveria a violenta funcionária agradecer o fato de Roth não ter cumprido o horário. Esse seria o comportamento ideal. Os regulamentos da recepção, seguidos por alguns dos executivos mais bem pagos do país (no prédio estão sediadas algumas das empresas mais importantes do Brasil) que se lixem....

Mesmo sentindo-se ofendido pelo tratamento pouco nobre que lhe foi dedicado na recepção do nosso prédio, Celso Roth e seu assessor de imprensa tiveram a elegância de dizer que, diante de tão absurda burocracia, não subiriam ao 12º andar e estavam se retirando já que tinham outros compromissos inadiáveis.

Fizeram muito bem. Não se preocuparam com as centenas de perguntas feitas pelos internautas depois do anúncio da presença de Celso Roth. Ainda bem....seria outra ofensa, por exemplo, surgir a seguinte pergunta: Qual o time que ganhou do São Caetano? O seu ou o da torcida?

Jamais iríamos permitir que os amargos torcedores do Palmeiras fizessem perguntas pouco gentis ao treinador Celso Roth. Só nos resta pedir desculpas ao técnico e seu imediato para assuntos de relações com o mercado. Roth não resistiu à forte pressão que recebeu na nossa portaria e fez o que qualquer pessoa que atingisse o seu estágio faria.

 

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