A pressão foi forte, irresistível, insuportável.
Imagine, caro leitor....uma jovem, cerca de 20 anos,
quase escondida atrás do balcão, com um fone no ouvido,
fala mansa, olhos meigos, roupa discreta, cabelos presos
e pedindo um documento de identificação para entregar um
crachá que dá acesso ao prédio. É uma postura
extremamente agressiva e deselegante. Deveria ser punida
por isso. Talvez uma demissão sumária pudesse minimizar
o seu ilícito.
Atrevidamente pediu a identificação do técnico do
Palmeiras, Celso Roth e de seu assessor de imprensa.
Ambos ficaram chocados com a falta de cortesia. Apesar
de chegarem ao prédio quase no final do programa que
tinha o treinador como chamada de capa, nada justificava
exigir que as regras do condomínio fossem cumpridas. Uma
personalidade como Roth deveria ter o caminho indicado
por um tapete vermelho diretamente ao elevador
privativo. Obviamente cercado de seguranças que deveriam
cuidar da sua privacidade até entrar no estúdio do
programa já no "ar".
Pedir a identificação de milhares de pessoas que
frequentam as imensas torres de concreto, tudo bem, mas
ter a ousadia de querer um documento de Celso Roth é
inaceitável. Não conhecê-lo, não admirá-lo, deixar de
desmaiar diante de tão ilustre personagem, é
inaceitável. Deveria a violenta funcionária agradecer o
fato de Roth não ter cumprido o horário. Esse seria o
comportamento ideal. Os regulamentos da recepção,
seguidos por alguns dos executivos mais bem pagos do país
(no prédio estão sediadas algumas das empresas mais
importantes do Brasil) que se lixem....
Mesmo sentindo-se ofendido pelo tratamento pouco nobre
que lhe foi dedicado na recepção do nosso prédio, Celso
Roth e seu assessor de imprensa tiveram a elegância de
dizer que, diante de tão absurda burocracia, não subiriam
ao 12º andar e estavam se retirando já que tinham outros
compromissos inadiáveis.
Fizeram muito bem. Não se preocuparam com as centenas de
perguntas feitas pelos internautas depois do anúncio da
presença de Celso Roth. Ainda bem....seria outra ofensa,
por exemplo, surgir a seguinte pergunta: Qual o time que
ganhou do São Caetano? O seu ou o da torcida?
Jamais iríamos permitir que os amargos torcedores do
Palmeiras fizessem perguntas pouco gentis ao treinador
Celso Roth. Só nos resta pedir desculpas ao técnico e
seu imediato para assuntos de relações com o mercado.
Roth não resistiu à forte pressão que recebeu na nossa
portaria e fez o que qualquer pessoa que atingisse o seu
estágio faria.