O recém-fechado contrato da Ambev com a Seleção Brasileira de futebol
coloca em risco o patrocínio da Marathon com a equipe de basquete de Franca.
Todos os investimentos em patrocínio esportivo do setor de refrigerantes,
água e bebidas isotônicas devem ser voltados exclusivamente para o futebol,
a curto prazo.
A empresa ainda não definiu se vai cortar o patrocínio. "Não sabemos
se vamos continuar, o que vamos fazer. Acabamos de assinar um grande
contrato com a Seleção Brasileira, as coisa ainda não estão muito claras",
afirmou Juan Vergara, diretor de Refrigerantes da Ambev.
O grupo foi criado com a fusão entre a Antarctica e a Brahma. A
Marathon é uma das marcas controladas pelo núcleo de refrigerantes, que tem
uma verba anual de publicidade de R$ 330 milhões. Só com a Seleção
Brasileira serão gastos US$ 10 milhões (cerca de R$ 24 milhões) por ano. O
contrato é de 18 anos.
O patrocínio foi fechado quase às pressas, depois que a CBF ofereceu o
espaço à Ambev, com o cancelamento do patrocínio da Coca-Cola. Segundo
Vergara, a Ambev promoveu uma reestruturação das verbas publicitárias para
fechar o acordo. Assim, é provável que serão feitos cortes em algumas áreas.
E é aqui que o bicho pega para o time de Franca.
O diretor não falou abertamente, mas é claro que a crise atual do
basquete brasileiro irá pesar na decisão. Às vésperas da Copa do Mundo de
futebol de 2002, a empresa deve investir pesado na promoção da seleção. E
não vai ficar dando muita bola para um basquete que está cada vez mais no
fundo do poço.
O que pesa a favor de Franca é a sua grande tradição. O time é o atual
campeão paulista e está nas semifinais do Nacional. Esses são os argumentos
para tentar segurar o patrocinador. Ou então o jeito será seguir o caminho
da maioria das equipes brasileiras: bater de porta em porta atrás de um
outro parceiro.