O basquete estudantil dos EUA está em xeque. É um verdadeiro
escândalo, envolvendo uma rede internacional de importação de jogadores,
principalmente da África, falsificação de vistos e adulteração de idades. O
que deve servir de alerta para muitos brasileiros que vivem sendo assediados
por empresários e agentes. O futuro na América pode não ser tão brilhante
quanto se imagina.
O caso foi revelado de maneira brilhante por uma ampla reportagem da
ESPN Internacional. O programa, chamado de "Invasão Estrangeira", foi
mostrado esta semana no Brasil. É chocante. Garotos nigerianos são
recrutados pela máfia russa e, literalmente, vendidos para as High Schools,
os colégios norte-americanos, primeiro passo para se chegar às universidades
e, em seguida, a NBA.
Quem não sonha em jogar no principal basquete do mundo? Por isso, os
nigerianos, citados com destaque, topam qualquer negócio. Segundo a ESPN,
eles se submetem a condições sub-humanas na Rússia, onde são tratados como
uma mercadoria qualquer.
E o mercado é grande. Técnicos de escolas americanas estão abertos a
qualquer negociação para reforçar suas equipes e ganhar espaço para os seus
"programas esportivos". Como os jogadores, os treinadores também encaram
essa atividade como uma ponte para universidades e a NBA.
A ESPN revelou casos de nigerianos, porto-riquenhos e até canadenses.
Não foi citado ninguém do Brasil. Mas é bom a garotada daqui tomar cuidado.
Há muitos casos de jogadores, principalmente juvenis, que vão para os EUA
pelas mãos de agentes. Lá, quando descoberta alguma irregularidade, o atleta
é imediatamente deportado e fica praticamente impedido de regressar. Ou
seja, a carreira vai por água abaixo.
Não custa, portanto, checar as credenciais de alguém que se apresenta
prometendo mundos e fundos para jogar nos EUA. Todo cuidado é pouco. E para
quem tem acesso a TVs por assinatura, vale à pena ficar ligado em eventuais
reprises da ESPN.