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Fernando Santos
Segunda-feira, 04 Junho de 2001, 12h13
terraesportes@terra.com.br

O vice-campeão


A NBA terá a final que todos esperavam. Será a oportunidade de comprovar se Kobe Bryant é melhor do que o MVP Allen Iverson. E se Dikembe Mutombo, eleito o melhor jogador de defesa da temporada, será capaz de deter Shaquille O'Neal. O Lakers, que tem a vantagem do mando de quadra, não é apenas favorito. É favorito para se tornar o primeiro campeão invicto nos playoffs.

Allen Iverson precisará muito mais do que quarenta e pouco pontos por partida para tentar evitar, ou mesmo dificultar o bi do Lakers. Contra Shaq, o 76ers não terá outra opção a não ser os arremessos. Forçar as infiltrações, mesmo com Iverson, não parece ser uma decisão inteligente.

Mas isso é pura teoria. O Philadelphia surge como um Davi no duelo contra Golias. Segurar o Lakers foi uma missão impossível para três das mais poderosas equipes do Oeste: Portland, Sacramento e San Antonio. Em 11 jogos, 11 vitórias. Nenhum deles conseguiu desvendar o enigma: como segurar Shaq, se o Lakers tem Kobe; como segurar Kobe, se o Lakers tem Shaq.

Está aí um bom passatempo para o técnico Larry Brown até quarta-feira, dia da primeira partida da final, no belíssimo Staples Center, em LA. É um desafio para um verdadeiro gênio da lâmpada. Tão difícil que escolher a tática certa não é tudo. Porque o Lakers não tem apenas dois super-astros na quadra: tem um mago fora dela, o técnico Phil Jackson.

Esta será a oitava decisão nos últimos onze anos do zen Jackson. E nunca perdeu. Ou seja: o que poderia ser pior para o Philadelphia? Todos os prognósticos apontam para um massacre. O que todos vão querer saber é se o 76ers, mais uma vez, terá a resposta.

Se não bastassem todos esses obstáculos (Shaq, Kobe, Phil e o mando de quadra), o Philadelphia ainda chega à decisão com sete partidas a mais do que o Lakers nos playoffs. Nas duas últimas séries, foram precisos sete jogos. Ritmo de jogo apurado? Pelo contrário. O time de Iverson, principalmente ele, está bastante desgastado. E vai jogar contra um adversário que está há uma semana só treinando e analisando a melhor maneira de aniquilar mais um rival. Como uma cascavel que tem todo o tempo do mundo, só à espera do momento certo para dar o bote.

 

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