Parece que o relatório da CPI da Nike está em lenta agonia. Aqui, longe de Brasília, percebo que os deputados Aldo Rebello (o presidente) e Silvio Torres (o relator) estão enfrentando problemas para aprovar a redação final de tudo que colheram até agora.
Ao todo, são 25 políticos que têm direito a voto. Assim, por maioria simples, 13 distintos brasileiros vão decidir a sorte de quem é culpado ou não. Chegou o momento esperado por todo torcedor brasileiro ansioso por saber os nomes e os motivos que vão levar os culpados ao indiciamento da Justiça.
Para usar o termo da moda, a posição dos dois deputados não é confortável. Se o relatório de Silvio Torres não for aprovado, ambos vão passar vergonha. Os depoimentos, as provas, os documentos, indicam de maneira clara e objetiva que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, incorreu em uma série de irregularidades. Tem que pagar pelos pecados que cometeu.
Acontece que a bancada, ou melhor, a cambada de deputados ditos da bola querem beneficiar o sr. Teixeira, votando por sua inocência. Bastam 13 votos e a CPI sofrerá um baque extraordinário. Ricardo Teixeira já prometeu de tudo para se sair bem da enrascada.
Primeiro: não vai ser mais candidato à reeleição. Segundo: vai formar um c6onselho de não sei quantas pessoas para dirigir a CBF. Terceiro: vai proibir a reeleição na entidade. No duro, o “promessão” quer mesmo é se safar dessa, se mandar para a Europa, onde é vice-presidente da FIFA. Lá, entre um gole e outro, uma festa e outra, seguramente vai zombar dos trouxas que deixou no Brasil.
A CPI vai se encerrar (se não tomar cuidado) ao exemplo da vaca holandesa: “Vinte litros de leite e um coice no balde”. O camarada Aldo Rebello vai saber, então, como é duro ser jornalista esportivo, que há tanto tempo é obrigado a conviver com esses espertalhões que fazem do futebol um mar de lama.