CAPA ESPORTES
 ÚLTIMAS
 TABELÃO
 ESPORTES SHOW
 IMAGEM
 FUTEBOL
 FÓRMULA 1
 AUTOMOBILISMO
 TÊNIS
 BASQUETE
 VÔLEI
 SURFE
 AVENTURA
 MAIS ESPORTES
 COLUNISTAS
 ESPECIAIS



 SHOPPING



Juarez Soares
Quinta-feira, 07 Junho de 2001, 13h16
terraesportes@terra.com.br

Geração de burros


Hoje mudei um pouco a minha rotina. Acordei cedo. Mas não levei a minha filha Ana Julia para a faculdade. Sim, sou o tipo de pai que leva e vai buscar a filhinha na escola. Coitada, está fazendo curso de jornalismo.

Fiquei em casa para ver o jogo do Brasil contra a França. Além de ter sido derrotado por 2 a 1, o Brasil levou um baile do time francês. A nossa seleção deve levantar as mãos para o céu. Era para ter sofrido uma goleada de, pelo menos, quatro gols.

O juiz Gama Al-Ghandour, do Egito, e seus auxiliares deram uma aula de arbitragem. Assim, o Brasil só poderá reclamar de seus próprios erros. A força de conjunto da seleção francesa é de causar inveja.

Defende com personalidade. O ataque é rápido. O meio-campo joga com dois toques. Os laterais, principalmente o esquerdo Lizarazu, aparecem sempre para o jogo dando preciosas opções de armações das jogadas.

Além disso, a França tem alguns jogadores que quando dominam a bola dão à seleção um toque de classe de indiscutível personalidade. É o caso de Vieira, que sempre se impõe.

Pires vive um momento de craque absoluto. O zagueiro Lebeuf domina a grande área. E Anelka continua sendo um atacante precioso. Djorkaeff continua bom de bola, e seu reserva Carriere mantém o ritmo da equipe.

Verdade que o goleiro Ramé é inseguro. Karembeu é ruim de bola e Wiltord é metido a besta. Mesmo assim, a França mostrou porque é líder do ranking da Fifa com todos os méritos.

E a Seleção Brasileira? Eu vejo da seguinte forma: a imagem que o torcedor brasileiro tem, a lembrança boa, é a da seleção da Copa do México, em 70. Naquela jornada, o Brasil jogou para frente, no ataque. Impôs seu jogo, seu estilo ofensivo. Honrou nossas tradições.

Vinte e quatro anos depois, nos EUA, o Brasil de novo ganhou a Copa. Ganhou, não. A Itália perdeu. O jogo nos 90 minutos foi ridículo, defensivo, pobre, medíocre. Carlos Alberto Parreira montou a seleção de 94 para ganhar de qualquer maneira. Aquela seleção foi um aleijão do futebol brasileiro.

Com raras exceções individuais, ela deixou uma herança nefasta, maligna para as novas gerações. Deturpou nossa maneira de jogar. Mutilou o futebol brasileiro cujas características sempre foram a vibração, o ataque, a arte.

Depois da Copa dos EUA, criou-se no Brasil uma geração de treinadores burros. Meros filhotes de Parreira. Piores até que o técnico de 94. Era descarado. Colocou o time na defesa e pronto. O resto, o Romário garantiu. Ou os juízes o fizeram como, por exemplo, contra a Holanda.

Ganhou na final com a Itália perdendo três penalidades. Agora, seus seguidores ficam no meio do caminho. Não atacam nem defende. Dizem uma coisa e, no campo, fazem outra.

Leão afirmou que criaria o futebol bailarino. Pobre coitado. Terminou o jogo contra a França com três volantes no meio-campo, defendendo quando o time perdia de forma medíocre.

O futebol brasileiro de hoje contraria sua própria natureza. É bom que os treinadores atuais se lembrem que Parreira tornou-se um cigano do futebol Um nômade que jamais consegue sucesso em qualquer clube de prestígio. Perambulou e fracassou no Atlético-MG, no São Paulo, no Santos. Escondeu-se no Fluminense. Agora, tenta a sorte no Inter de Porto Alegre. Futebol é assim. Cobra caro a seus traidores, que renegam e desprezam suas origens. Será sempre assim.

 

veja lista das últimas colunas

Coluna do Internauta Wanderley Nogueira Juarez Soares
Daniela Giuntini Fernando Santos