A chegada de Luiz Felipe Scolari mudou, na prática, quase nada na Seleção Brasileira. Ou melhor, só mudou o mosquito porque o açúcar é o mesmo. Para quem esperava mundos e fundos, ficaram os fundos.
É o ônibus que quebrou na subida da serra, como outro dia. Também enguiçou na descida da ladeira, antes do jogo contra o Chile. Sejam essas primeiras horas de compreensão. O treinador não sabia bem o caminho das pedras, ou os atalhos que o levariam às dependências da Concentração.
Felipão se atrapalhou, depois parece que acertou o rumo. São detalhes. Não por acaso a Seleção, chamada de bandidos, chegou no carro da Polícia Militar. Que isso não seja um mau agouro.
Pior as contusões de Antônio Carlos e Lúcio. Ou os problemas particulares de Serginho, que já saiu, e Dida, que vive momentos de apreensão por ter usado passaporte falso. Além disso, Rivaldo só chegará, depois, às vésperas do jogo contra o Uruguai.
Hoje, todo mundo tem o direito de duvidar que o tal acordo do presidente da CBF com os clubes europeus existiu. As dúvidas sobre os jogadores que ficam ou saem atrapalham os planos.
Felipão, que nunca foi especialista em táticas e estratégias, anunciou que vai mudar seus planos para armar a Seleção. Ele que é um intransigente defensor do óbvio está vendo o que é bom para tosse. Vai ter que dispensar os atletas para a Copa dos Campeões.
Como se vê, pouca coisa mudou, a não ser a dúvida de quem será o capitão da Seleção. Fugindo ao seu estilo mandão, Scolari recebeu o recado de Romário que gostaria de continuar como capitão da Seleção. O técnico disse que vai ouvir a psicóloga Regina Brandão, depois escolhe o líder; Está empurrando com a barriga.
A chegada do novo técnico desperta suspiros de admiração no meio da Imprensa. O sentimento na época de Leão era de pura descrença, indiferença mesmo. Luxemburgo deixava a Imprensa zangada, alguns até irados. Enfim, cada um sente o que quer. Até agora, só o que mudou foi o traje. Saiu o terno e gravata, entrou o agasalho amarrotado.