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Fernando Santos
Quinta-feira, 21 Junho de 2001, 11h59
terraesportes@terra.com.br

Salve, Hélio


Hélio Rubens Garcia. Ninguém mais do que ele merece o título brasileiro de basquete. Não pela sua competência e capacidade de dirigir uma equipe, mais do que comprovada pelas cinco conquistas nacionais, um recorde. Mas pelo caráter e comprometimento demonstrados nessa turbulenta passagem pelo Vasco.

Sem ele, toda a festa do Maracanãzinho seria impossível. Hélio Rubens segurou a maior barra de sua vitoriosa carreira, num time esfarrapado pela administração caótica, que deixou os jogadores com os bolsos vazios.

Não seria surpresa alguma se o Vasco, às vésperas da decisão, deflagrasse uma greve geral. Não com Hélio Rubens no comando. Mais do que um contrato assinado, o técnico empenhou a sua palavra com os dirigentes vascaínos. Esses, sim, deixaram de honrar os contratos do super e milionário time que iniciou o campeonato.

Com os pagamentos atrasados, Hélio Rubens ainda teve de suportar a perda de suas duas maiores estrelas, o ala Charles Byrd e o pivô José Vargas. Era mais do que meio time. Mas o Vasco, com a união pregada pelo treinador, soube se superar.

Hélio teve de sacar não o salário, mas uma outra e talentosa habilidade: a de revelar jogadores. Ao apelar para os chamados pratas da casa, ele conseguiu manter um ritmo suficiente para dar à equipe o favoritismo nesta reta final.

Três vitórias seguidas não deixam margem a dúvidas, mesmo com três jogos apertados, decididos em pequenos detalhes nos últimos instantes. Mais experiente e com mais talentos, o Vasco soube se impor nos momentos cruciais.

Daqui para frente, não se sabe o que será do Vasco. É provável que o time se esfarele. Muitos jogadores não devem ficar, talvez nem o comandante. Talvez seja um bom sinal: Hélio Rubens poderá dedicar mais tempo à seleção brasileira, há muito esquecida e deixada de lado. O sucesso do Vasco é o que se espera do treinador em sua dura missão de resgatar o brilho da camiseta verde-amarela.

Mas os cinco títulos nacionais e a maneira nobre como conduziu a crise vascaína já são suficientes para colocar Hélio Rubens ao lado de outros grandes treinadores da história do esporte brasileiro, como Telê Santana e Larry Passos. Salve, Hélio!!!!

 

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