Isso mesmo, Michael Jordan está de volta à NBA. Qual a surpresa? No
momento, a única surpresa é se Jordan não voltar. Porque todos os indícios
apontam para o seu terceiro retorno à NBA. E desta vez ele está ainda mais
disposto a provar que continua sendo o número 1 da história do basquete.
Jordan já treinou, já recrutou amigos, já arrebentou duas costelas, já
deu todas as dicas. Só falta mesmo o anúncio oficial. Ele está de saco cheio
da vida de cartola. Percebeu, já era hora, que seu lugar é do lado de dentro
da quadra. E sabe que ainda pode jogar, talvez no mesmo nível em que deixou
a NBA há três anos.
A vontade de voltar cresceu com o bi do Los Angeles Lakers. Após as
quatro vitórias consecutivas sobre o Philadelphia 76ers, após 16 jogos e
apenas uma derrota nos playoffs, o comentário é que o time de Shaquille
O'Neal, Kobe Bryant e Phil Jackson teria se tornado imbatível. Está aí um
desafio que Jordan gostaria de encarar.
Quem mais poderia deixar a aposentadoria, a conta bancária com
centenas de milhões de dólares, para desafiar o que se convencionou chamar
de o futuro da NBA, a nova dinastia, o primeiro grande esquadrão do novo
milênio?
O próprio Jordan já declarou que não considera o Lakers um time
imbatível. Com sua esperteza e genialidade, deve ter descoberto um ponto
vulnerável. Durante seus 13 anos na liga, Jordan sempre se superou, sempre
descobriu maneiras de superar obstáculos. Foi assim quando iniciou um
processo de fortalecimento muscular, no final dos anos 80, para bater o
estilo durão do Detroit Pistons. Mais tarde, quando precisava de ajuda na
defesa, aturou a toda prova o irresponsável Dennis Rodman. Resultado: seis
títulos conquistados.
Desta vez, a história não é diferente. Com o Washington Wizards,
Jordan alimenta suas esperanças. Na próxima quarta-feira, a equipe será a
primeira a escolher no draft universitário. Além disso, tem o caixa livre
para contratações. O mercado abre em 1º de julho. O ala-pivô Chris Webber
pode ser o primeiro. Ideal para um confronto futuro contra Shaq?
Jordan também já disse que, antes de pensar no Lakers, é preciso
pensar em vencer a Conferência Leste. Isso significa vencer Allen Iverson.
Jordan colecionou vários prêmios pela sua capacidade defensiva. Mas, aos 38
anos, ele sabe que seu esforço pode não ser ao mesmo. Que tal então contar
com um armador ao mesmo tempo talentoso e eficiente na defesa: Gary Payton.
O primeiro do draft, Webber e Payton. É um bom começo para se pensar
em um grande time. Talvez ainda com a ajuda de veteranos como Charles
Barkley, Hakeen Olajuwon e Patrick Ewing. Todos ao lado de Jordan. Talvez
esteja nascendo o maior obstáculo para o tri do Lakers.
Este é o panorama da pré-temporada 2001-2002 da NBA. Com quem Jordan
vai jogar? Como será sua equipe? Terá chances de ganhar o campeonato?
Qualquer outra notícia, como sua desistência de voltar, essa sim será uma
grande surpresa.