Como era de se esperar Brasil e Uruguai fizeram um grande jogo de futebol. Só futebol. O juiz da Escócia deu uma aula de arbitragem e chegou a se divertir com a atitude de alguns jogadores que tentaram provocar faltas inexistentes. O juiz às vezes até ria espantado com tanto teatro improvisado em determinados lances.
A vitória do Uruguai foi merecida, o pênalti foi claro, o time soube fazer o gol e melhor ainda soube garantir a vitória com raça, tática e determinação. Quem acompanha as despretenciosas linhas que aqui escrevo quase todos os dias sabe que para mim o resultado não foi surpresa. Afinal de contas faz 25 anos que o Brasil não derrota o Uruguai em Montevidéu.
Ultimamente, tenho recebido muitas mensagens (carinhosas) quando abordo o tema Luiz Felipe Escolari. Todos sabem que acho o novo técnico da Seleção Brasileira um treinador comum, não reconheço nele nenhum lampejo de genialidade para arrumar a equipe. No primeiro tempo de jogo contra o Uruguai, não soube atacar nem se defender, ficou no perigoso terreno do meio termo. O ataque brasileiro não deu um chute ao gol adversário e ainda vacilou nos contra-ataques uruguaios.
Além disso, o time armado por Felipão não soube fazer a jogada mais anunciada e banal: marcar Recoba, o jovem craque da Celeste Olímpica.Na jogado do pênalti, ele dominou a bola no campo de defesa e chegou na marca do penalti da Seleção Brasileira. Dirão os defensores do óbvio que no segundo tempo o Brasil atacou.
Sim, mas porque estava perdendo, não tinha outra escolha, Felipão não acertou o posicionamento de Rivaldo. Não teve coragem de substituir Romário e optou pelo mais fácil: substituiu Élber. Vampeta fez muita falta. Romáio é uma caso a parte. A cada dia que passa, ele demonstra que não tem mais preparo físico para jogar na Seleção. Uma pena. Mas quem sentiu mesmo o peso da camisa, ou melhor do agasalho, foi o técnico Felipão, ficou tão transtornado na hora das substituições que terminou o jogo colocando em campo Juninho, Romário, Jardel e Euller no ataque.
Durante os onze dias de treinamento eles não jogaram juntos nem um minuto. Uma loucura! Agora, o Brasil precisa ganhar os três jogos que vai fazer em casa e ainda arrumar um empate contra Argentina e Bolívia no campo do adversário. O técnico Felipão está vendo o que é bom para tosse, mas resta ainda uma esperança, como costumam dizer no Rio Grande do Sul: "Não está morto quem pelea".