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Wanderley Nogueira
Segunda-feira, 02 Julho de 2001, 12h30
terraesportes@terra.com.br

Paixão


Ricardo Teixeira está apaixonado. Gostaria de ter conhecido antes essa nova emoção. Acha que encontrou o outro lado da laranja. Seu nome: Felipão . Calma gente... não misturem as coisas. O presidente da CBF revelou aos mais íntimos que desconhecia como era Luiz Felipe Scolari. O desespero o levou a convidar o treinador para dirigir a Seleção Brasileira e agora Ricardo Teixeira confessa estar fascinado. Felipao é sincero, diz o que pensa, fala com coração e não teme mostrar emoção. É um homem trabalhador, sem segundas intenções e está sempre com o peito aberto. Luiz Felipe Scolari não merece ser traído. Scolari enfrenta bem os jornalistas, mistura agressividade e doçura nas respostas, ri e fecha a cara. Para o presidente da CBF, ele está se saindo bem diante da imprensa inimiga. Felipão, diante dos olhos de Ricardo Teixeira é um homem bom, competente, religioso e com boa dose de amadorismo no sangue. Ricardo Teixeira acha que finalmente a Seleção acertou, encontrou o verdadeiro amor.

Quando entrou no vestiário depois da derrota para o Uruguai, o presidente da CBF ficou paralisado. Lá estava o Felipão comandando uma oração com todos os jogadores. Os atletas de mãos dadas e agradecendo à Deus o trabalho realizado, a ausência de contusões e pedindo humildemente que no futuro a situação melhore. Ricardo Teixeira nunca tinha visto aquilo num vestiário de Seleção Brasileira. Jogadores milionários, aparentemente indiferentes às posturas distantes de um frio profissionalismo. O presidente da CBF jamais presenciou depois de uma partida alguns momentos de reflexão por parte dos jogadores e da comissão técnica. Apenas nos momentos de infortúnio, nos instantes de dor, nos dias amargos é que as pessoas procuram encontrar a espiritualidade. Tanto Ricardo Teixeira quanto a Seleção Brasileira precisam mesmo de um encontro com Deus. E Felipão provocou isso. Foi a maneira de Luis Felipe Scolari dizer a todos que ninguém ali era um ser superior, que caminhar sobre nuvens é irreal e que estava na hora de voltar à terra.

Certamente, alguns que rezaram no vestiário em Montevídeu não estarão rezando no vestiário apos a partida contra o Paraguai, nosso próximo adversário. Nas ultimas horas, Scolari pensou muito, falou com aqueles que confia, conheceu a opinião da CBF e pode começar a mudar aquilo que vem sendo chamado de "grupo fixo". Dificilmente Romário será chamado para enfrentar o Paraguai. Ele e outros. O novo treinador da Seleção Brasileira não quer passar para a historia como aquele que não classificou o Brasil para uma Copa do Mundo. Scolari disse numa rodinha de amigos que conhece exemplos do passado: nem sempre quem classifica uma Seleção, vai ao Mundial...

O jeito de Scolari tem arrancado suspiros de Ricardo Teixeira. O presidente da CBF está contando os dias para sair de cena. Claramente não suporta mais a pressão, dentro e fora de campo. Está no limite. Acha que Scolari , de alguma maneira, vai ajudá-lo a ter uma saída mais honrosa e menos traumática.

 

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