O nosso futebol está perdendo batalhas importantes. Está ferido, zonzo, quase cego e sem rumo. Não há meias palavras: estamos em guerra. Será que a CBF não percebeu a gravidade do momento? Segundo alguns pensadores, guerra é a continuação da política por outros meios; é a destruição da fora militar do oponente ou de seus meios para fazer a guerra.
Nessa situação, a violência militar é uma importante ferramenta. O que é preciso para fazer uma guerra? São três quesitos indispensáveis: o objetivo político, a paixão popular e os instrumentos operacionais. O êxito dos instrumentos operacionais depende dos outros dois quesitos.
O primeiro é a credibilidade dos objetivos políticos e a resultante motivação política, psicológica e moral que eles provoquem na sociedade. O segundo é a disposição ou boa vontade do povo para resistir aos sacrifícios como fim de conseguir uma conclusão marcada pelo êxito no conflito, mas está estreitamente relacionado ao primeiro quesito.
Tudo isso, na minha opinião, cai como uma luva na situação vivida pelo futebol brasileiro.O nosso futebol está em guerra e infelizmente perdendo todas as batalhas, por incompetência, fora e dentro do campo.
O comando do futebol brasileiro não estabeleceu objetivos apropriados e a organização necessária para encarar a guerra. Diante da ineficácia e falta de credibilidade do comando,o torcedor está demonstrando sintomas de não resistir aos sacrifícios que a guerra impõe . O torcedor aparenta estar amortecido e conformado com a tragédia. Parece que cansou de sofrer...
Os jogadores - os nossos meios operacionais nesta guerra -demonstram inoperância, falta de entusiasmo e todo o conflito caminha para o fracasso do futebol brasileiro.
Talvez estejamos vivendo o pior momento técnico da historia da Seleção Brasileira. É resultado direto da combinação dos três quesitos citados acima. Se um falha, os outros dois não funcionam. As últimas batalhas não fazem crer n6a nossa vitória final. Como todas as guerras, após o conflito, vamos conhecer heróis e traidores.