Foi uma vitória arrancada, com as dificuldades de sempre. Mas pelo menos o Brasil ganhou. Foi um jogo de futebol emoldurado por uma festa preparada com cuidado. Inclusive o foguetório, que é proibido pela Fifa. A vitória apareceu depois de hinos, aplausos, vaias, lágrimas e cusparadas.
A atitude do goleiro Chilavert, merece ser condenada sob todos os aspectos. Roberto Carlos foi inocente ao se aproximar do adversário para abraça-lo. Com toda sua experiência, o goleirão mostrou que estava atingido pelas críticas e gozações do técnico Felipão. P. da vida mesmo. Depois da agressão, atravessou o campo e foi para a entrevista coletiva, mostrando sua personalidade. Enfim, ninguém debocha de um jogador da sua categoria impunemente. Sobrou para Roberto Carlos. Lamentável.
Fora a falta de educação de Chilavert, o jogo não teve um índice técnico elevado. Tudo começou da melhor maneira. Gol logo de cara, a porteira aberta para passar a boiada. Ledo engano. Depois do gol, a Seleção voltou ao seu futebol normal, com um pouco mais de aplicação, mas sem nenhuma criatividade. Ainda levou um susto pelo pênalti cometido por Rivaldo que o juiz alemão não marcou.
Parece que na cabeça do jogador brasileiro existe hoje uma dúvida cruel. Há, de um lado, o desejo, a tentação de driblar, inventar, criar a jogada por uma questão de instinto, de genética. Do outro lado se manifesta a lembrança, a obrigação, a ordem do técnico, de marcar, marcar sempre, impedir o adversário de jogar, a qualquer custo. Perdido, atormentado, reprimido, o jogador brasileiro não faz nem uma coisa, nem outra.
Claro, há exceções, como Denílson, que justamente por desobedecer ordens e ser criativo, está na reserva. Rivaldo parece que também quer se tornar independente de esquemas táticos defensivos. Vai achando seu lugar no time.
Mais perto da classificação a Seleção, pode enfrentar a Argentina de igual para igual, ou melhor no "mano a mano". Sem tapas, beijos, lágrimas e cusparadas. Esperamos!