Uma dor no peito trouxe uma ilusória calmaria ao futebol brasileiro. As pessoas respeitaram o mal que levou o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, à UTI do hospital.
Enquanto ele se recupera, a cartolagem trabalha. Ainda esta semana, começarão os ataques e acusações da CPI do Senado à Federação Mineira. Depois os torpedos serão lançados contra a Federação do Rio de Janeiro.
Tanto o senhor Guilherme como Caixa D’água, terão muito que explicar, a dor de cabeça para ambos promete ser aguda e prolongada. Os homens, que fizeram em Brasília, o Pacto da Bola, com promessas mal cumpridas, agora para não passar vergonha maior imaginam o que fazer com a CBF e o senhor Teixeira.
Parece que a solução vai ser mesmo aquela do colegiado, à qual me referi aqui mesmo nesse espaço, outro dia. Dirigentes de algumas federações tomariam conta da entidade e Teixeira ficaria com o
posto de presidente, mas sem mandar nada. Não vai ser fácil. Para aceitar o acordo, Ricardo Teixeira pretende uma espécie de anistia. Ampla, geral e
irrestrita. Quer que a CPI o esqueça e que o judiciário seja
compreensivo. É um preço muito alto, difícil de ser pago. Impossível, não
fosse esse o mundo do futebol brasileiro.
Ainda em tempo: se é possível,
longe desse lamaçal administrativo, a Seleção Brasileira joga em Buenos
Aires. Enquanto Luiz Felipe Scolari grita palavrões para entrosar o time em
duas horas de coletivo, o técnico Bielsa da Argentina dá os últimos retoques
na sua seleção, que ele treina há dois anos e meio e já está classificada.
Enfim, resta sempre o otimismo atávico do torcedor brasileiro. Todo mundo
espera por aquele gol salvador de Rivaldo, que pode lavar nossa alma, tão
sofrida.