O basquete sempre foi considerado um esporte para gente grande. Quando você é criança, e bem maior do que os seus amigos, logo um parente se aproxima e aconselha: por que você não vai jogar basquete? A mesma pergunta deve ter sido feita na infância ou na adolescência a Lisa Leslie e Shaquille O'Neal, hoje os monarcas de Los Angeles e do esporte em todo o mundo.
Não é por acaso que os dois gigantes se tornaram reis. Eles dominaram as últimas temporadas do basquete norte-americano, mostrando que a era dos pivôs está de volta. Na NBA, desde a segunda aposentadoria de Michael Jordan, os grandalhões tomaram o cenário. Primeiro, com Tim Duncan e David Robinson. Nos dois últimos anos, com Shaq & Cia.
Na WNBA, a situação foi muito semelhante. Com a aposentadoria da ala-armadora Cynthia Cooper, o terreno ficou livre para o domínio de Lisa. Ela não só deu o primeiro título para o Los Angeles Sparks, como ganhou os três principais prêmios do ano: MVP da temporada, das finais e do Jogo das estrelas.
Nos playoffs, Lisa comprovou que é mesmo a nova rainha do basquete. Uma jogadora rara: além de excepcional pivô, é forte na defesa e sabe arremessar. Ela até brilhou em lances de três pontos. Com Shaq, formaria um casal e tanto.
A questão dos pivôs se torna tão evidente que os principais times da NBA estão se reforçando nesse setor. Seja pela necessidade prática, ou simplesmente vislumbrando uma final com o Lakers, e uma arma para deter O'Neal.
O vice Philadelphia abriu o cofre para segurar Dikembe Mutombo e fez uma troca com o Charlotte em busca de força no grarrafão. O Toronto, outro candidato ao título no Leste, foi atrás do veterano Hakeen Olajuwon. O mesmo fez o Orlando, não menos favorito, ao investir em dois velhinhos: Patrick Ewing e Horace Grant.
E não é apenas na NBA que os pivôs estão em alta. A Argentina, que domina o basquete das Américas abaixo do Texas, tem excelentes alas, mas nem por isso deixou de construir pivôs. Política que só há pouco tempo começa a ser seguida pelo Brasil. Estão aí Ânderson, Nenê e Estevam, candidatos a solução de uma posição extremamente carente no basquete nacional.
Ok, você pode perguntar: e o Allan Iverson, o baixinho que roubou a cena na NBA (mas não o título)? Habilidade e bom arremesso continuam sendo grandes virtudes no basquete, mas tamanho ainda é fundamental.