O Brasil perdeu o jogo para a Argentina na véspera. Quando o
técnico Scolari disse que aceitaria uma proposta de empate e que nesse caso a seleção nem precisaria entrar em campo, foi o fim. Desmoralizou o futebol brasileiro, ofendeu os jogadores convocados e distribuiu publicamente um complexo de inferioridade que o futebol brasileiro nunca teve.
A atitude do treinador brasileiro foi uma demonstração pública de infantilidade e ao mesmo tempo despreparo para o cargo. Se Felipão fosse apenas o técnico do Grêmio, que é seu time do coração, sua declaração já seria um desastre.
Imagine se ele afirmasse que um empate do Grêmio contra o Internacional seria um grande resultado, e que seu time nem entraria em campo, aceitando a proposta. Scolari não se deu conta ainda que está treinando uma seleção quatro vezes campeã do mundo. Os títulos foram assim distribuídos: 58-62-70.
O time jogou no ataque, deu show de bola e saiu vencedor. Em 94, começou com Parreira essa doença pegajosa da seleção jogar na defesa. Ganhou o título nos Estados Unidos, sem fazer gols na partida final. Os italianos é que chutaram três pênaltis para fora. Mas a defesa garantiu o título, a retranca funcionou, dirão os otários de plantão. Sim e agora?
Agora Felipão não faz nem uma coisa nem outra. Não sabe armar o time para jogar no ataque e pior ainda quando recua a seleção para a defesa, como contra a Argentina, os jogadores não agüentam o tranco. Agora o retrato final do atual momento da seleção brasileira: estamos com medo da Venezuela. Será que a “orientação tática” vai recomendar fazer bastante falta nos venezuelanos? Será que para o futebol brasileiro retomar o curso da sua história gloriosa, vai ter que pagar o preço de ficar fora da Copa do Mundo?