Um dos jogadores mais contestados na seleção
brasileira, o armador Helinho deu a sua resposta nos
Jogos da Amizade. Não aos críticos, mas a si mesmo. E
com a sabedoria que veio de berço: respondeu na quadra,
como deve ser.
Helinho foi o grande destaque do Brasil nos Jogos
da Amizade. Não apenas por ter feito a cesta decisiva,
de três pontos, que valeu a medalha de bronze em
Brisbane, mas por ter sido o destaque da seleção em
todas as partidas.
Um Helinho bem diferente daquele que participou do
Sul-Americano e da Copa América. Um Helinho agressivo,
com apetite nos arremessos, o que o transformou no
principal cestinha da seleção na Austrália. Uma atuação
que serviu para ele provar a si mesmo a sua capacidade.
O que se cobrava dos armadores era uma atuação
digna de jogadores que vestem a camisa da seleção. Não
importa se é o Helinho, o Demétrius, o Valtinho, o
Manteiguinha, quem quer que seja. O que se exige é que o
responsável pela armação, pela liderança da equipe,
demonstre atributos para a função. E isso não vinha
acontecendo.
Aconteceu, então, nas distantes quadras
australianas. Sem Marcelinho, Guilherme e Vanderlei,
sobrou espaço para os arremessos de Helinho. E brilhou
até mesmo uma luz em Demétrius, que conseguiu históricas
14 assistências na também histórica semifinal contra os
EUA. E poderia ter sido um fato ainda mais marcante se
tivesse aproveitado a última posse de bola, com a
partida empatada, que poderia ter dado a vitória ao
Brasil. Alguém poderia dizer que seria exigir muito de
Demétrius...
O terceiro lugar nos Jogos da Amizade simbolizou
não só a reação dos dois armadores, como coroou a
campanha da seleção masculina neste ano. Com um time
renovado, não há dúvidas de que os resultados foram
expressivos: segundo lugar no Sul-Americano e na Copa
América, além do bronze da amizade. Mais importante, a
classificação para o Mundial de 2002 nos EUA.
É isso que se espera do Brasil. Um time vencedor,
que honre suas tradições. É por isso também que as
cobranças irão sempre acontecer. E se servirem para
motivar ou influir nas atuações individuais ou
coletivas, melhor.